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A crise da pandemia no meio da Quaresma, convida a pensar no próximo, no colega de trabalho, no amigo de escola, mas sobretudo nos médicos e enfermeiros que correm o risco de contaminação e infecção para salvar os doentes A crise da pandemia no meio da Quaresma, convida a pensar no próximo, no colega de trabalho, no amigo de escola, mas sobretudo nos médicos e enfermeiros que correm o risco de contaminação e infecção para salvar os doentes 

Dom Porras: momento para fortalecer a solidariedade e a verdadeira fraternidade

A crise de coronavírus para o cardeal Porras, também é "uma grande oportunidade para os leigos se tornarem agentes evangelizadores". Portanto, ele chama os crentes a se colocarem nas mãos de Deus com calma e serenidade. "Que pânico não nos paralise, nem fujamos das dificuldades, das doenças e da dor - afirma o cardeal, recordando que nosso modelo é Jesus, que assumiu paixão e a morte por nós.

Cidade do Vaticano

"Temos uma obrigação samaritana". É o que afirma o arcebispo de Mérida e administrador apostólico de Caracas, cardeal Baltazar Porras Cardozo, na exortação pastoral sobre a crise gerada pela disseminação do coronavírus. Além de exortar os cidadãos a assumirem com responsabilidade as medidas necessárias para evitar o contágio da doença, o purpurado venezuelano convida a ver o Covid-19 nesta Quaresma como "um bom momento para fortalecer a solidariedade e a verdadeira fraternidade".

Obrigação samaritana

 

O cardeal Porras recorda aos sacerdotes, religiosos, diáconos e responsáveis das comunidades eclesiais, que eles têm a obrigação de agir com cautela e ajudar naquilo que é de sua competência. "A autonomia do temporal - escreve - nos obriga a ouvir e respeitar o que a ciência ou as autoridades decidem no momento, porém isso não nos priva de sermos agentes e protagonistas no material, emocional e/ou espiritual, para que não hesitemos e confundamos as pessoas que nos procuram".

O arcebispo venezuelano recorda que, como parte essencial do ministério, "temos uma obrigação samaritana", que é a de estar próximo das pessoas e, nesse caso, cuidar dos doentes sem medo de se aproximar deles, como pede o Papa Francisco.

Que o pânico não nos paralise

 

A crise de coronavírus para o cardeal Porras também é "uma grande oportunidade para os leigos se tornarem agentes evangelizadores". Portanto, ele chama os crentes a se colocarem nas mãos de Deus com calma e serenidade. "Que pânico não nos paralise, nem fujamos das dificuldades, das doenças e da dor - afirma o cardeal, recordando que nosso modelo é Jesus, que assumiu paixão e a morte por nós.

Compreender o valor da fraternidade

 

Para o arcebispo de Mérida, a crise da pandemia no meio da Quaresma se apresenta como "um tempo propício para compreender o valor da fraternidade, para estarmos unidos de maneira indissolúvel, e convida a pensar no próximo, no colega de trabalho, no amigo de escola, mas sobretudo nos médicos e enfermeiros que correm o risco de contaminação e infecção para salvar os doentes.” Dom Porras observa que os trabalhadores da saúde mostram o“ significado do mistério da Páscoa: entrega e serviço”.

O também administrador apostólico de Caracas insiste no chamado quaresmal de oração, jejum e esmola e salienta que "o coronavírus pode nos ajudar a elevar o olhar para o céu e recordar que somos vulneráveis".

Cardeal Baltazar Porras Cardozo, arcebispo de Mérida e administrador apostólico de Caracas
Cardeal Baltazar Porras Cardozo, arcebispo de Mérida e administrador apostólico de Caracas

Crescer no mistério da ação amorosa

 

O cardeal insiste que não podemos esquecer que estamos nas mãos de Deus: "Embora o tenhamos esquecido", afirma ele, "ele continua a governar nossos destinos e espera de nós uma resposta amorosa".

Uma resposta que, diante da crise do coronavírus, "nos obriga  a fortalecer a criatividade na ajuda e no acompanhamento dos mais vulneráveis", e não apenas não deve nos deixar "indiferentes", mas nos obriga a "crescer" no mistério da ação amorosa, providente e misericordiosa de Deus.

Esmola, expressão de caridade

 

Por fim, o purpurado venezuelano constata a fé simples e confiante dos fiéis, expressa em orações, novenas, procissões que envolvem sacrifícios e uma boa dose de bálsamo e esperança.

Ele também recorda que a esmola como expressão de caridade, nos leva a colocar em prática o espírito de penitência que se manifesta “em dar-nos e dar do que é nosso, não do que sobra ou do que podemos acumular e outros não têm acesso."

E, voltando ao modelo do Bom Samaritano, Dom Porras adverte que isso é medido “não apenas pelo material, mas também pelo dom de nosso tempo, de nossas capacidades e domínios, de nossa criatividade e generosidade para superar as carências com a ternura amorosa da misericórdia.”

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18 março 2020, 16:32