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Argentina: desnutrição e morte de crianças indígenas

A Comissão Episcopal da Pastoral Aborígene publicou uma mensagem depois da morte por desnutrição de algumas crianças indígenas do povo Wichi de Salt, no norte do país

Cidade do Vaticano

Foi lançado um apelo pela Comissão Episcopal da Pastoral Aborígene da Conferência Episcopal Argentina, depois que o governador da província de Salta no norte do país, declarou a emergência na área de saúde e social nas localidades de San Martín, Rivadavia e Orán. A causa foi a morte de crianças indígenas por desnutrição e segundo as autoridades, muitas outras encontram-se em graves condições de saúde.

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"À luz da exortação apostólica Querida Amazônia, queremos convidar todos a considerarem a realidade angustiante em que vivem os povos e as comunidades nativas e crioulas da região do nosso Chaco argentino, por causa de desnutrição e da morte de crianças pela falta de água potável e outros flagelos”, escrevem os bispos.

Solidariedade diante do sofrimento

“Não podemos dar respostas imediatas às emergências sociais e de saúde que vivem muitas comunidades, mas podemos assumir um comportamento misericordioso que nos livra da indiferença e do sensacionalismo mediático e nos torna solidários com o sofrimento dos mais esquecidos”.

Assim escrevem os bispos na mensagem assinada pelo presidente da comissão, Dom Ángel José Macín, bispo de Reconquista, por dom Luis Antonio Scozzina, bispo de Orán, e Dom Juan José Chaparro Stivanello, bispo de San Carlos de Bariloche.

Palavras do Papa na Querida Amazônia

Portanto o episcopado convida a todos a meditarem “as palavras do Papa Francisco, referindo-se à Amazônia, que nos ajudam a compreender a situação atual dos povos originários do nosso Charco argentino”. Os bispos citam em particular a passagem na qual o Pontífice sublinha que:

“A disparidade de poder é enorme, os fracos não têm recursos para se defender, enquanto o vencedor continua a levar tudo” e a que lamenta que “alguns poderes locais, com a desculpa do progresso fizeram parte de alianças com o objetivo de devastar, de maneira impune e indiscriminada, a floresta com as formas de vida que abriga”

“Uma sociedade que não sabe como tutelar suas crianças e os grupos mais vulneráveis corre sérios riscos de implosão e morte – advertem os bispos argentinos – não podemos hipotecar o nosso futuro ou deixar que nos roubem a nossa esperança, uma vez que não é possível ‘morrer de fome na terra abençoada pelo pão’”.

Modificar a realidade atual

Portanto é necessário “escutar o lamento das comunidades nativas, que nos interpelam como Igreja e como sociedade, comprometendo-nos ao diálogo, com as organizações da sociedade civil que acompanham várias iniciativas comunitárias e de assistência no território, e com os governos locais, provinciais e nacionais, em vista de ações concretas e também estruturais que modificam a realidade atual”. A comunidade indígena dos Wichi, com cerca de 50 mil pessoas, é um dos povos nativos mais numerosos da Argentina.

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17 fevereiro 2020, 10:52