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Sobrevivente das chuvas no Espírito Santo encontra imagem de Fátima intacta: “coisa do céu mesmo”

A história de fé da família Figueira Pinto foi divulgada pelo repórter brasileiro, Filipe Chicarino, em suas redes sociais, e tomou o caminho da esperança. A imagem de N.S. de Fátima foi encontrada intacta no quarto do casal. A força das águas devastou cidades do sul do Espírito Santo, como Iconha, mas tem fortalecido a fé da comunidade, voluntários e dos jornalistas que fazem a cobertura da triste tragédia que vitimou 7 pessoas e deixou mais de 2 mil pessoas desabrigadas.

Andressa Collet – Cidade do Vaticano

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A mesma mangueira que está ajudando a tirar a lama de dentro da casa da família Figueira Pinto, na cidade de Iconha, no Espírito Santo, serviu para limpar a imagem de Nossa Senhora de Fátima. A santa ficou intacta no quarto do casal, mesmo com a enxurrada da última sexta-feira (17) que deixou mais de 2 mil pessoas desabrigadas e matou 7 pessoas.

Dona Eliane Maria Figueira Pinto é aposentada e mora na casa com o marido e a mãe de 90 anos, que não estava no local no momento da enchente. A aposentada tem três filhos: uma mora nos Estados Unidos, a outra também teve a casa devastada pela água e o filho Rafael, que hoje está hospedando os pais, pois vive numa região mais alta da cidade que não foi atingida. Eliane perdeu tudo, até o carro. Roupas e utensílios que foram salvos, estão cheios de lama. Aos poucos eles vão recebendo ajuda de voluntários e da comunidade, inclusive para a compra de remédios.

O encontro com a imagem da santa

Ao poder retornar para casa, depois da enchente que atingiu em cheio quatro cidades do sul do Espírito Santo, Eliane conta que a primeira parte da casa que foi conferir através da janela, foi o quarto, onde justamente estava a imagem de Nossa Senhora de Fátima. A água dentro de casa chegou a subir um metro e meio.

“Junto com aquela que estava aqui comigo, quase choramos, de tão emocionadas que ficamos. Meu Deus! Até os anjinhos ficaram aos pés de Nossa Senhora. Eu vi que a cama estava de pernas pra cima, os móveis e guarda-roupa, tudo revirado,... E aquele móvel é frágil, eu tenho há muito tempo. Até os terços não saíram!”, comenta ela.

A descoberta dessa história de fé foi registrada e divulgada nas redes sociais por Filipe Chicarino, repórter da TV Tribuna, afiliada do SBT. O jornalista e mestre em Sociologia Política, ao descrever a cena vivida na segunda-feira (20), disse que chorou muito e sentiu “algo divino”, já que não se considera católico. A cobertura da triste tragédia naquela região já dura quase uma semana: “eu estou numa situação aqui, não tem outra coisa a se pensar a não ser em ajuda. Vamos fazer com que essa mensagem chegue para o máximo de pessoas possível”, afirma o repórter.

Fortalecendo a fé em meio ao desespero

Eliane também acredita nessa mensagem de esperança. Emocionada disse que só pode ser “coisa do céu para fortalecer a nossa fé em meio ao desespero”. A aposentada conta que a família católica faz orações diárias diante do pequeno altar onde está a santa: “toda a noite eu e meu marido, a gente reza o terço. Às 18h, eu, minha mãe e ele, nós rezamos o terço. Então, eu aprendi que a oração vai acumulando os nossos pedidos para serem acolhidos lá”.

A imagem de N.S. de Fátima, que mede um metro e tem pelo menos 100 anos, é um presente que ela combinou de ganhar da sua vó: “quando ela faleceu, meus tios já sabiam da história e aí depois disseram pra eu ir buscar a santa, que era minha. E eu fui. Lá em Anchieta, estava em cima do terraço da casa”.

Nesta semana, o repórter Filipe deve continuar a fazer a cobertura da tragédia no sul do Espírito Santo, mas já está com voo marcado para Portugal. Também para visitar o Santuário de Fátima: "sábado agora estou indo para Portugal para apresentar um trabalho na Universidade de Coimbra e, na terça, vou a Fátima. Olha que coisa de louco! Já estava programado desde o final do ano!”. E Eliane finaliza: “e a Nossa Senhora de Fátima que estava num móvel tão fragilzinho, ficou intacta. E a N.S. Aparecida que estava ao lado, que tinha uns 15 centímetros...".

“Na hora que bateu a água, era pra elas terem tombado. Pra mim, isso é sinal de Deus, que estavam com a gente. Tudo que aconteceu a gente sabe que não é coisa de Deus, é coisa do homem. Mas ele quis nos dizer que está nos protegendo nesses momentos difíceis. Nossa Senhora nos ajudando! É coisa do céu mesmo!”

(colaboração de Filipe Chicarino)

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22 janeiro 2020, 18:41