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O ícone Salus Popoli Romani na Basílica de Santa Maria Maior O ícone Salus Popoli Romani na Basílica de Santa Maria Maior 

“Salus Populi Romani”, uma Mãe para a JMJ

São João Paulo II não deixou apenas a “Cruz peregrina” aos jovens que caminham para a JMJ. Desde 2003 o itinerário é partilhado com o antigo ícone Salus Popoli Romani, exposto na Capela Paulina da Basílica de Santa Maria Maior e particularmente amado pelo Papa Francisco

Cidade do Vaticano

Há quatro séculos o ícone mora entre mármores coloridos e os túmulos de dois Papas, Clemente VIII e Paulo V. Por desejo de Paulo V o antigo ícone Salus Populi Romani foi colocado na Capela de família, a capela Paulina, em 1613, dentro da Basílica de Santa Maria Maior. O Papa Francisco ajoelha-se diantes desta imagem antes e depois da cada uma das suas viagens apostólicas.

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Segundo a tradição teria sido pintado por São Lucas, passando por vitórias em epidemias como peste e cólera, ao triunfo da batalha de Lepanto e outros infinitos sinais milagrosos que lhe são atribuídos até chegar à grande devoção de Pio XII  e outros Papas. O perfil do ícone mariano é estreitamente ligado com o da Cidade Eterna e seus Pontífices. E foi um dos Papas mais recentes que quis ampliar os limites da sua morada, levando-o da penumbra do ambiente barroco da basílica às igrejas a céu aberto, com gramados, mochilas e sorrisos, das Jornadas Mundiais da Juventude.

No palco da JMJ de 2000

Roma 2000. A JMJ que foi o divisor de águas entre os dois milênios foi um espetáculo de entusiasmo. A imagem símbolo deste encontro são os 2 milhões e meio de jovens na esplanada do Parque de Tor Vergata com João Paulo II,  que já estava com a doença já avançada e qye condicionava seus movimentos e palavras, mas não a ponto de lhe impedir o sorriso e se deixar envolver pelas “sentinelas da manhã”. O Papa ritmava com a mão no braço da cadeira a “bagunça” que chegava da esplanada e que, exclama “Roma jamais esquecerá”. No palco montado para a ocasião junto com a Cruz peregrina das JMJ, a multidão de jovens vê pela primeira vez também o ícone Salus Populi Romani. Aparentemente uma escolha óbvia, considerando a cidade que organizava a JMJ. Na realidade aquela presença escondia uma intuição.

Uma Mãe para os jovens

Papa Wojtyla explica o motivo três anos mais tarde. Em 13 de abril de 2003, Domingo de Ramos, como acontece já há algum tempo é o dia em que se celebra a JMJ diocesana. Depois da Missa na Praça São Pedro, o Papa João Paulo II apresenta-se com um grupo de jovens alemães que estão prontos para receber a Cruz da JMJ. Nos próximos dois anos deverão fazer a caminhada de preparação para o grande encontro de Colônia em 2005. No final da oração do Angelus, o Papa dá o anúncio: Ao lado do Filho estará também a Mãe: “À delegação vinda da Alemanha entrego o Ícone de Maria. Daqui em diante, junto com a Cruz, ele acompanhará as Jornadas Mundiais da Juventude. Eis a tua Mãe! Será sinal da presença materna de Maria ao lado dos jovens, chamados, como o apóstolo João, a acolhê-la na sua vida.

Entregues a Maria

No ano de 2003 a Internet ainda é uma rede lenta, mesmo se a interatividade está para explodir de modo impressionante. Facebook nasceria um ano depois, YouTube depois de dois e Twitter depois de três anos. Mas para aqueles jovens “pré-redes sociais”, antes de se tornarem o povo dos celulares, foi uma pequena tábua de cedro que marcou o primeiro passo de uma peregrinação diferente ao redor do mundo. E além da imagem mariana gravada na tábua havia a ternura de um Papa muito amado, que indica aos jovens o caminho para encontrar conforto sob aquele manto azul. A ternura condensada em um lema, profundo como pode ser o amor por uma mãe e leve como um gorjeio: “Totus tuus”.

 

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21 janeiro 2019, 10:38