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Irmã Rosa Martins, visitando a Roma cristã Irmã Rosa Martins, visitando a Roma cristã 

Irmã Rosa – O estágio na Rádio Vaticano foi um presente de Deus

No quadro do projecto “Pentecostes”, dirigido pelo Dicastério para a Comunicação a religiosas, com o fito de criar uma rede de partilha do grande trabalho que elas fazem, sem alarido, para a Igreja, a irmã Rosa Martins, escalabriniana brasileira, concluiu, a 31 de janeiro de 2024, um período de três meses na Rádio Vaticano. Uma experiência positiva que ela define como um presente de Deus e uma escola de exercício do seu carisma.

Dulce Araújo – Vatican News

Membro da Congregação das Missionárias de São Carlos Borromeo Scalabrinianas, a irmã Rosa Martins já tem um significativo percurso na vida religiosa, em que a sua paixão pela comunicação tem sido transversal a outras atividades, tais como a educação, a pastoral-afro, a assessoria em Conferências de Religiosos no Brasil. Aliás, atualmente, é Assessora Executiva dos Religiosos do Brasil na Regional de São Paulo. Foi dali que veio para a experiência na Rádio Vaticano (Seção Brasileira) no âmbito do projeto “Pentecostes”. No final, a Seção Portuguesa para a África quis saber quais foram os momentos fortes dessa sua experiência.

Irmã Rosa num dos estúdios da Rádio Vaticano
Irmã Rosa num dos estúdios da Rádio Vaticano

Um crescimento humano

Ela afirma ter vindo aberta espiritualmente para esta dádiva de Deus e tudo resultou num grande crescimento humano. Regressa ao Brasil mais rica do ponto de vista jornalístico e do magistério petrino. As relações humanas no ambiente internacional e inter-cultural do Dicastério para a Comunicação, mas também a oportunidade de conhecer a Roma cristã e o Vaticano, foram fantásticas para ela.

Uma escola de exercício do meu carisma

Relacionando o carisma scalabriniano com a comunicação, a irmã Rosa Martins fez, quando estudou jornalismo, uma tese relacionada com a temática de crianças migrantes e refugiadas, assunto sempre presente nas emissões da Rádio Vaticano, tendo o seu estágio constituido uma escola de exercío do seu carisma. E ela emociona-se ao falar disso e do desejo de poder levar mais longe a voz, a dor, a luta pela sobrevivência, a esperança dos migrantes e refugiados.

Irmã Rosa com uma jovem refugiada afgã  no Brasil
Irmã Rosa com uma jovem refugiada afgã no Brasil

O cafezinho e a Capela

De entre os momentos fortes da sua estada no Dicastério para a Comunicação, a irmã Rosa sublinha a importância do cafezinho com os colegas da Seção Brasileira e os momentos quotidianos na Capela da Anunciação, onde podia ir rezar e confiar a Deus o seu estágio.

A Irmã Rosa com a equipa da Seção Brasileira da Rádio Vaticano
A Irmã Rosa com a equipa da Seção Brasileira da Rádio Vaticano

Cuidar do aspeto humano e do ambiente de trabalho

Desafiada a falar do que melhoraria se fosse responsável do Dicastério para a Comunicação e particularmente da Rádio Vaticano, a irmã confia que procuraria humanizar ulteriormente o trabalho, a identidade visual de cada setor linguístico-cultural, favoreceria momentos de convívio e embelezaria mais o ambiente de trabalho.

Projeto “Pentecostes” – dar testemunho da comunhão

Já a concluir a entrevista, a irmã Rosa foi solicitada a dar a sua opinião sobre a razão de ser do projeto “Pentecostes”, que pretende valorizar e dar visibilidade às religiosas. Ela parabenteou o Dicastério pela iniciativa e citou o Prefeito, Paolo Ruffini, que justificou a prioridade dada às mulheres pela sua mais-valia em termos de comunhão. Uma chamada à responsabilidade de dar testemunho disto - remata a irmã.

Irmã Rosa aquando da sua formatura em jornalismo
Irmã Rosa aquando da sua formatura em jornalismo

Falar do racismo, primeiro passo para o combater

Realizada no âmbito da rubrica “Década dos Afrodescendentes”, a entrevista com a irmã Rosa foi também ocasião para falar do eco que esta Década, proclamada pela ONU e que termina este ano, tem tido na sociedade e na Igreja no Brasil, país onde o racismo estrutural está, infelizmente, ainda na ordem do dia. A religiosa sublinha os esforços positivos que tem havido no combate a este mal nomeadamente através da pastoral-afro e do grupo ecuménico de São Paulo, assim como também do Movimento Negro. Mas, é preciso fazer muito mais, reconhece. E refere-se a obras de Frantz Fanon, referência para ela na luta contra o racismo, fenómeno de que é preciso, a seu ver, antes de mais, falar para poder ser desenraizado. Os negros devem afirmar, sem pejo, a sua existência e identidade – afirma, orgulhosa da sua identidade afro-brasileira, com o amplo e alvo sorriso que ressalta na sua tez negra e na sua discreta elegância.

Oiça aqui a entrevista:

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02 fevereiro 2024, 15:59