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Igreja "Nossa Senhora da Luz"  - Diocese de Mindelo, ilha de São Vicente. Igreja "Nossa Senhora da Luz" - Diocese de Mindelo, ilha de São Vicente.  

Missão, é o tema do novo Ano Pastoral na Diocese de Mindelo

Neste ano do seu vigésimo aniversário, a Diocese de Mindelo quer partir para um novo Ano Pastoral com esperança, sem cansaço, em espírito de missão, envolvendo a todos na construção da Igreja viva e missionária de que o mundo precisa, uma Igreja enviada a todos e onde há lugar para todos. A Carta Pastoral do Bispo para 2023-24 anuncia o tema, as tarefas de cada um e outros eventos auspiciosos que vão pontuar a vida da Diocese ao longo deste período.

Dulce Araújo - Vatican News

 “Enviada a todos” é o título da Carta Pastoral para o ano 2023-2024 que o Bispo de Mindelo, dirigiu aos “queridos irmãos e irmãs” daquela Diocese cabo-verdiana, a 8 de setembro.  

O lema assenta no Evangelho de São Lucas em que seja Maria, seja os discípulos de Emaús se levantam e partem apressadamente para ir anunciar a Boa Nova.

Novo ano pastoral, tempo de voltar em “tom de esperança” sem ceder a tentações de cansaço, até porque se está perante uma Igreja jovem, com clero juvenil, muitos jovens e famílias jovens. Então há que abraçar a “espiritualidade do recomeço” sem medo e, com alegria, aceitar a mão, o convite de Jesus a fazer-se ao largo.

Nós prosseguimos, ousamos, continuamos a remar juntos no poder do Seu Espírito” - escreve Dom Ildo Fortes, para o qual “é urgente voltar definitivamente para a missão: precisa-se de uma Igreja viva, missionária e enviada a todos”.

Anunciar o Evangelho hoje é um serviço à comunidade dos cristãos e a toda a humanidade. E nestes tempos de incerteza e de desorientação todos os batizados, membros da Igreja, são chamados a desempenhar com amor, zelo e alegria a sua condição de discípulo missionário.

Razões da escolha do tema da missão 

Duas razões levam a Diocese a centrar a sua ação pastoral 2023-2024 na missão evangelizadora - explica Dom Ildo: o mandato expresso do Senhor - “ide por todo o mundo e anunciai a boa nova” e o facto de a urgência de uma nova fraternidade suscitada pela pandemia se ter revelado “sol de pouca dura”.

E Dom Ildo elenca uma série de males que continuam a afetar o mundo: migrantes a morrer no mediterrâneo, a fome, violência, insegurança, indiferença e insensibilidade perante os infelizes, violação da dignidade de indefesos e inocentes, suicídios...  Enfim, anseia-se por um mundo mais humano e melhor. Falta ao mundo o sal, a luz que vem do Evangelho e que liberta o homem de tudo aquilo que o oprime.

O vigésimo aniversário da Diocese é uma oportunidade - frisa o Bispo de Mindelo - para abraçar com entusiasmo o desafio da missão, gesto de amor, pressa de partir para anunciar o amor que nos habita, obrigação que se impõe de, alegre e sem medo, fazer Cristo presente nas noites escuras de tantos homens e mulheres.

É hora de partir anunciar a esperança de Cristo que é para todos e é enviada a todos: crianças, adolescentes, jovens, adultos, doentes, idosos, movimentos, cada um a seu jeito e dentro das próprias possibilidades são chamados para a missão evangelizadora. E a cada uma destas categorias, Dom Ildo lança um desafio:

Desafios

Às crianças e adolescentes desafia ao encontro com Jesus nos Evangelhos nos diversos ambientes da sua vida: catequese, escola, família, etc. e os responsáveis dos jardins infantis levem a sério o “despertar as crianças para a fé”. E incentiva a criar um programa de evangelização nos jardins das paróquias e das comunidades religiosas.

Aos jovens diz para não hesitarem em levantar-se apressadamente para levar Cristo a toda a parte, lá onde a situação parece mais delicada, nas escolas, nos ambientes sociais, na convivência, na rua, na festa, na dor, na dúvida, nas opções de vida. E dizendo-lhes que são a esperança de um mundo diferente, convida-os a continuarem a cavalgar, com a ajuda de Deus, as ondas do amor, da caridade, a serem surfistas do amor. A serem jovens sem fronteiras que criam pontes em vez de muros; a saírem em missão,  a aproveitarem a dinâmica da JMJ para refletirem sobre os preciosos apelos, discursos e mensagens do Papa Francisco. Sugere até que se inicie já a preparar a JMJ 2025 em Roma. E anuncia que em Cabo Verde, 26 de novembro, Festa de Cristo Rei, será dia da juventude nas paróquias; Pentecostes, festa de encontro com outras culturas e, no final do ano, Assembleia e um festival da juventude a nível da Diocese. Mas há também o Projeto Geração 500, lançado pela Comissão Executiva Nacional do Jubileu dos 500 anos da Diocese de Santiago e dos 30 anos da de Mindelo a celebrar em 2033 e cuja década de preparação já está em curso. O que se pretende é que os jovens comprometidos na vida da Igreja, não sejam apenas destinatários das ações a serem postas em marcha, mas protagonistas dessa geração - lê-se na Carta.

Dom Ildo faz ainda saber que com o apoio da Pastoral Universitária vão fomentar espaços de reflexão e diálogo sobre fé e razão entre os universitários.

Também há que criar maneiras de os idosos se sentirem envolvidos no projeto de missão. Há que ter presente o Dia dos Avós, instituído pelo Papa Francisco - 26 de julho, festa de S. Joaquim e Sant’Ana.

A família ocupa também um amplo espaço nesta carta pastoral de Dom Ildo Fortes. Ela tem de ser - escreve - um campo especial da escuta da Palavra que nos prepara para a missão. E sugere, entre outras indicações, a leitura e meditação semanal dos textos bíblicos em família, para além da prática de atos da caridade.  Recorda que “Missão é amor e caridade, é luz na vida!”

Nas comunidades paroquiais quer-se incutir a chamada Missão popular, com o envolvimento de todas as forças vivas, movimentos, congregações e institutos de vida consagrada no território. Missões porta a porta, pelos bairros com a duração de 15 dias a um mês. Este ano pastoral sobre a missão é uma oportunidade para se criar nas paróquias grupos de animação missionária que integrem jovens, famílias, movimentos, religiosos e relançar a “infância missionária”.

À Rádio Nova de Maria, o Bispo sugere a criação de um programa semanal “Paróquia/Igreja em missão”.

Há ainda o Dia da Igreja Diocesana, no último domingo de fevereiro, e para culminar o ano pastoral, grande festa da família diocesana em julho de 2024 com delegados de todas as paróquias, especial atenção a jovens, uma feira vocacional e um painel missionário.

Eventos auspiciosos 

Para apoiar a dinâmica de todo este ano de missão, constituiu-se uma comissão diocesana e, coincidência, será também o ano da primeira reunião do Conselho Pastoral Diocesano, cujos estatutos já foram criados, anuncia Dom Ildo. E tudo isto no ano do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, que decorrerá em Roma, no mês de outubro e no qual o Bispo de Mindelo participará em representação dos colegas Bispos da Conferência Episcopal a que pertence.

Dom Ildo faz saber ainda, que dois sacerdotes, recém-ordenados, o P. Justino Kaminguengue e P. Ezequiel Chiangalala são postos à disposição da Diocese de Mindelo pela Diocese angolana de Benguela a título de Fidei Donum, para a colaboração pastoral. Um sinal de comunhão, solicitude e espírito missionário - explica o prelado que agradece a Dom António Jaca, Bispo de Benguela por esta colaboração missionária, expressão da fraternidade eclesial e universal.

Kairós

Dom Ildo Fortes termina exprimindo o desejo de que este Ano Pastoral sobre a Missão - que vem na sequência dos anteriores dedicados à importância da comunidade, à família, à educação para os valores, à ousadia da caridade - seja um Kairós, um tempo de graça, de escuta da voz do Espírito, um caminho a percorrer juntos, alegres e permanente diálogo e partilha. E invoca Maria, Estrela da Nova Evangelização, para os ajudar a recomeçar com confiança.  

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13 setembro 2023, 15:40