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A atriz, Léa Garcia A atriz, Léa Garcia 

Léa Garcia - uma artivista referencial

Léa Garcia, artista de referência no Brasil, voltou, aos 90 anos, à Casa do Pai. Vai neste dia 19 de agosto de 2023 a enterrar no Rio de Janeiro. Deixa um importante legado artístico e de ativismo antirracista, tendo sido uma das primeiras atrizes negras na televisão brasileira. Talentosa, contribuiu para o desbravamento do terreno para outros negros no mundo das artes cénicas naquele país latino-americano. Em entrevista à Rádio Vaticano, em 2020, falava dessa luta ainda incompleta.

Dulce Araújo - Vatican News

Vai na tarde deste sábado, 19 de agosto de 2023, a sepultar, no Rio de Janeiro, a artista brasileira de artes cénicas, Léa Garcia.

Na parte da manhã o seu corpo é  velado no Theatro Municipal dessa cidade brasileira. Seguir-se-á uma cerimónia religiosa restrita a amigos e familiares na Capela do Cemitério São João Batista, em Botafogo, na zona sul de Rio.  

Léa Garcia faleceu a 15 deste mês, em Gramado, onde ia ser homenageada, com o Trofeu Oscarito, na 51ª edição do renomado Festival de Cinema daquela cidade de Rio Grande do Sul. Sofreu um ataque cardíaco fulminante pouco antes da cerimónia. Ela estava muito feliz com a homenagem que ia receber - frisou mais tarde o filho, Marcelo Garcia, que retirou o prémio em nome dela.

“Estar aqui era o desejo dela. Ela queria muito que eu viesse aqui receber este prémio, tenho a certeza. E aqui estou” - disse comovido o Marcelo que acrescentou: “Ela nasceu no palco, no teatro, no cinema e tenho uma coisa a dizer que, certamente, ela diria aqui: "não desistam”.

Léa Garcia deixa um importante legado artístico não só em termos de atuações em filmes, séries televisivas, teatro, mas também como uma das desbravadoras do terreno para negros no mundo das artes cénicas no Brasil. Foi, realmente, uma ativista, comprometida com a luta antirracista.

A sua carreira artística iniciou nos anos 50 com o Teatro Experimental Negro, dirigido pelo ator e diretor Abdias Nascimento, mais tarde fundador do Movimento Negro Brasileiro. Atuou em mais de uma centena de produções cénicas, tendo obtido numerosos prémios.

Léa Garcia nascera na cidade do Rio de Janeiro, a 11 de março de 1933 há, portanto,  90 anos. Mas aparentava muito menos como nos disse numa entrevista a 10 de setembro de 2020 quando, em plena pandemia, não via a hora de retomar as suas atividades que nem o sofrimento por dois anos devido à  chikungunya a tinha impedido de continuar. Uma força de vontade e determinação que a caracterizou ao longo da sua vida artística e lhe granjeou sucessos não planeados - afirmou:

Oiça

Nessa entrevista realizada em pleno tempo de pandemia de Covid-19 para o programa "África em Clave Feminina", Léa Garcia falava, com entusiasmo e esperança dos seus planos de actividade...

Oiça

No programa "África em Clave Feminina" de 19 de março de 2020, estas palavras de Léa Garcia, são precedidas de uma elucidativa crónica da sua longa e rica carreira artística. A crónica é da autoria do poeta, ensaísta e editor (Rosa de Porcelana Editora), Filinto Elísio que a considera uma artivista referencial. 

Aqui fica esse programa em jeito de homenagem a essa respeitada e inesquecível atriz brasileira. 

Oiça

 

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19 agosto 2023, 12:07