Angolanos recordam Bento XVI com fé e nostalgia

Anastácio Sasembele - Luanda 

Angolanos consternados com a partida para eternidade do Papa emérito Bento XVI, o Papa que visitou Angola em Março de 2009.

De lá para cá, muitos angolanos, católicos e não católicos, procuraram estabelecer uma relação de fé, irmandade e proximidade com aquele que por altura da sua chegada ao aeroporto internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, expressou – se dizendo:

“Deus abençoe Angola”

E acrescentou, afirmando ter um profundo sentimento de respeito e simpatia pelos angolanos e por Angola, terra onde o seu antecessor, João Paulo II visitou em Junho de 1992.

No seu primeiro discurso em Angola Bento XVI falou da paz, do desenvolvimento, da justiça social e das cheias no Cunene, província a sul do país que nos últimos tempos tem sofrido com a problemática da seca.

Bento XVI deixou uma recomendação aos angolanos;

“Queridos amigos angolanos o vosso território é rico, a vossa nação é forte…eu vos peço não vos rendais a lei do mais forte”

E o Presidente da República de Angola, João Lourenço, enviou, este domingo (1/1), uma mensagem de condolências ao Papa Francisco, na qual lamenta a morte do Papa Emérito Bento XVI, ocorrida sábado (31), em Roma.

Na missiva, divulgada na página da Presidência da República, o Chefe de Estado angolano, refere ter recebido  com bastante pesar a notícia da morte do Papa Emérito, Bento XVI.

“A Igreja Católica e o mundo em geral perdem uma figura que prestou um significativo contributo ao papel positivo e notável no mundo”, expressa o Presidente João Lourenço na missiva.

No documento, o Chefe de Estado angolano expressou, igualmente, o contributo da Igreja Católica em prol de “um humanismo cada vez mais necessário nos tempos que correm, na relação entre povos, nações e indivíduos”.

Na mensagem de condolências, o Presidente da República apresentou, em nome do Executivo angolano, e no seu próprio, as “mais profundas e sentidas condolências” ao Papa Francisco e aos católicos espalhados pelo universo.

E os Bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) nas mais variadas mensagens afirmam que Bento XVI foi um bom combatente pela fé, pela civilização do amor e por tudo aquilo que representa os valores altos cristãos.

O administrador diocesano do Luena considera que Papa Bento XVI foi um homem com visão eclesiológica e muito dedicado ao serviço da igreja católica. O Pe Domingos Cussumua entende que o passamento físico do Papa Emérito deve servir de acção de graças por tudo aquilo que o pontífice fez em prol de todos.

E o jurista Bartolomeu Milton fala do legado de Bento XVI para os angolanos em particular.

“As palavras de Bento XVI foram profundas e merecerem a nossa atenção” disse Milton.

O Papa Bento XVI morreu aos 95 anos, no mosteiro Mater Ecclesiae, vítima de doença.