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Angola - Presidente della Repubblica, João Lourenço Angola - Presidente della Repubblica, João Lourenço 

Angola - Presidente criticado por relativizar a fome no país

O Presidente angolano João Lourenço esta a ser criticado por “relativizar a fome”, no país, depois de ter discursado, num acto político de massas que visou saudar o encerramento do oitavo Congresso e o aniversário do seu partido, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

Anastácio Sasembele - Luanda

O presidente angolano, João Lourenço, nas vestes de presidente do MPLA deixou este sábado (11/12) várias críticas aos seus adversários políticos e falou sobre a fome.

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Discursando num acto de massas perante os militantes do partido que governa Angola há 46 anos, João Lourenço envergou as vestes de líder partidário, reeleito na sexta-feira com 98% dos votos, mas, numa altura em que Angola prepara as eleições de 2022, não deixou de elencar os feitos do seu governo, salientando que "há muitos projectos" que quer concluir no próximo mandato.

Pela positiva, destacou o aumento da produção alimentar, criticando os adversários que, de manhã à noite só cantam uma música: fome, fome, fome.

"A fome é sempre relativa", contrapôs João Lourenço, realçando que o país já tem muita produção de bens alimentares.

As reacções a estes pronunciamentos não se fizeram esperar, o Pe. Celestino Epalanga, Secretario da Comissão de Justiça e Paz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), considerou o discurso infeliz, e de uma falta de respeito às vidas interrompidas por falta de alimentos, fundamentalmente na região sul de Angola, onde são visíveis as consequências da seca e fome.

“O presidente da república revelou uma grande insensibilidade, revelou um grande cinismo, milhares e milhares de angolanos estão a passar fome e não é preciso sair da capital, Luanda”, acrescentou o sacerdote.  

Nos últimos tempos várias organizações da sociedade civil angolana têm apelado ao Presidente João Lourenço que decrete o estado de emergência, na região sul de Angola.  

Os relatos das organizações da sociedade civil pintam um cenário dramático nas regiões centro e sul do país.  

“Frutos silvestres e raízes de árvores têm sido o sustento de milhares de pessoas devido à falta de alimentos, após um longo período de seca”.  

O psicólogo Edmundo Francisco disse que a polémica expressão do presidente pode desmotivar uma abordagem mais seria da fome por parte dos órgãos do executivo angolano.

 

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15 dezembro 2021, 15:22