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Ir. Graça A. C. Guitate e Ir. Anuarite A. Ambrósio, FCIM (Moçambique) Ir. Graça A. C. Guitate e Ir. Anuarite A. Ambrósio, FCIM (Moçambique) 

Moçambique. Congregação das FCIM ao serviço da Igreja e dos últimos na sociedade

A Ir. Graça António Cuamba Guitate e a Ir. Anuarite Aristides Ambrósio, da Congregação das Filhas do Coração Imaculado de Maria (FCIM) fizeram recentemente a sua profissão perpétua e, em entrevista ao Vatican News, falam das actividades do Instituto fundado na Diocese de Pemba (Moçambique) ao serviço da Igreja e dos mais necessitados na sociedade.

P. Bernardo Suate – Vatican News

As Filhas do Coração de Maria estão presents na Diocese de Pemba (Província de Cabo Delgado, norte de Moçambique) e nas Arquidioceses de Nampula e Maputo e estão inseridas nos vários âmbitos: “trabalhamos na educação, na catequese, com as mulheres, ma assistência aos doentes, e em qualquer outra actividade que a Igreja precisar, porque a FCIM deve estar preparada para tudo e em tudo, para poder responder a qualquer necessidade da Igreja”, afirmaram as religiosas.

Foi, de facto, no âmbito das suas actividades na sociedade e na pastoral, através do testemunho de serviço humilde e simples na vida da Comunidade que as Irmãs Anuarite e Graça conheceram a Congregação, se sentiram atraídas e chamadas e decidiram ir ao seu encontro, mesmo sem conhecer num primeiro momento o charisma: “o que tanto me atraía e me atria até hoje nas FCIM é o carisma, o testemunho de vida dessas Irmãs mexeu com o meu coração, me sentí chamada para me entregar a Deus naquela Congregação definitivamente” – enfatizou uma das Irmãs.

As FCIM e a crise humanitária em Cabo Delgado

A Ir. Graça e a Ir. Anuarite também falaram do empenho da sua Congregação em dar asistência às vítimas do conflito que assola a Província de Cabo Delgado desde outubro de 2017. As FCIM ainda não acolhem meninas vindas das zonas de conflito mas, em parceria com a Universidade Católica de Moçambique (UCM),  a Congregação tem um projecto de fornecer um prato de sopa para as pessoas que se encontram em Cabo Delgado por motivos de Guerra – um serviço de caridade com a alimentação, mas também ocasião para um acompanhamento prsico-social de algumas mulheres vindas dos lugares de conflito, “onde se pode perceber melhor o trauma de algumas mulheres e crianças que passaram por esses conflitos”.

O prato de sopa preparado na Comunidade é distribuído na Colégio Liceal das FCIM, um Colégio para crianças e adolescents que administra lições da 1ª à 10ª Classe, e fundado precisamente para poder responder a esta demanda crianças. E, como enfatizam as Irmãs, o Colégio é frequentado por todos, mas por aquelas crianças que não têm condições de pagar a escolaridade, crianças órfãs, para elas poderem usufruir da educação: “neste tempo em que a Província de Cabo Delgado é assolada por esta situação de terrorismo, nós também acolhemos crianças que vêm dos Distritos atacados e as inserimos no Colégio para não ficarem atrasadas no processo de educação e, portanto,  o Colégio está especialmente para os mais necessitados, como diz o nosso charisma” – reiteram as duas religiosas.

A profissão perpétua

No passado dia 9 de outubro, as duas Irmãs Anuarite e Graça fizeram a profissão perpétua, numa solene celebração presidida pelo Arcebispo Emérito de Nampula D. Tomé Makhwéliha, junto das Irmãs Missionárias da Consolata, em Nepi (periferia norte de Roma). “A profissão perpétua é entrega total a Deus e um assumir definitivamente o compromisso que fizemos quando dissemos sim no primeiro dia da nossa profissão”, reconhecem as Irmãs, é aceitar morrer e ressuscitar com Jesus Cristo, um testemunho de vida. E aos jovens as duas religiosas exortam a não ter medo de arriscar e se entregar totalmente a Deus, pois “trata-se de morrer e ressuscitar com o próprio Cristo”.

Para as duas Irmãs a propfissão foi um momento muito esperado, “um dia muito emocionante, muito especial, que eu não acreditava que ia chegar”. O dia chegou, fiquei muito emocionada e sem palavras, chorei porque estava longe da família, porque tudo aconteceu no tempo da pandemia e nem todos que eu desejava que pudessem estar naquele dia não estiveram – confessa uma das religiosas, mas que também chorou porque a Igreja estava cheia de pessoas, eu não se sentiu só – estava longe da família e da Congregação mas sentiu-se amada e acolhida por aqueles que estavam lá.

E daí, mais um forte convite aos jovens para nunca desistir se um dia o Senhor chamar: “Não podem desistir, se um dia o Senhor chamar sintam-se atraídos por Ele”.

As Irmãs Graça e Anuarite vão conserver, dizem, por muito tempo na sua vida esta celebração, e as palavras do Arcebispo D. Makhwéliha, que convidou às Irmãs e a toda a assembleia a ancorar-se na oração, “a arma mais potente para vencer qualquer obstáculo”.

Experiência de Roma, rica e útil para a missão

Ir. Anuarite e Ir. Graça estão em Roma há seis meses, uma experiência que ambas consideram muito boa, rica e enriquecedora, um intercâmbio que no final vai ajudar na missão futura, na Congregação e na pastoral da Diocese de Pemba e Igreja em geral. E, como enfatizou uma das Irmãs, a terminar: “é uma experiência muito rica e bonita para conhecer novas realidades, uma experiência de intercâmbio, e acredito que aquilo que estou a aprender neste momento será muito útil para a minha pastoral, a minha Diocese e para a nossa Congregação que me enviou para dar o meu máximo na minha Diocese”.

Uma mensagem para os jovens de todas as idades

“As dificuldades não nos devem fazer desistir dos nossos sonhos de jovens, e cada jovem deve sempre saber dizer ‘eu sou capaz’: capaz de discernir o bem e o mal e discernir a propria vocação’, pois não existe melhor coisa que seguir Jesus Cristo” – é a forte mensagem que as duas Irmãs lançam aos jovens e menos jovens, aos jovens de todas as idades. Para elas cada qual deve ter a consciência de que a vida, para ser bela, depende da seriedade de cada um.

Deus nos dá muitas oportunidades – prosseguem as religiosas, e nós, como jovens, devemos  cultivar a consciência de ver a vida como um dom precioso, e que nas oportunidades que Deus nos dá precisamos de cultivar o espírito de firmeza e coragem, enfrentado as dificuldades que a vida nos apresenta.

E um ultimo convite a todos os que sentirem a chamada de Deus, qualquer que seja a vocação: “quem for chamado para o matrimónio que seja fiel e forte, e quem for chamado para a vida consagrada que também seja fiel - e se hoje ouvirdes a voz do Senhor não fecheis os vossos corações: vale a pena seguir o Senhor” – concluem as Irmãs.

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09 novembro 2021, 12:13