Pai e filho haitianos cruzam o rio Rio Grande na Ciudad Acuna, Estado de Coahuila, México Pai e filho haitianos cruzam o rio Rio Grande na Ciudad Acuna, Estado de Coahuila, México 

EUA: bispos pedem tratamento humano a migrantes haitianos

"Como Igreja ao serviço de todo o povo de Deus, acolhemos o chamado de Cristo a acolher o recém-chegado e acompanhá-lo onde quer que esteja”, dizem os bispos estadunidenses.

Vatican News

Maus tratos, abusos, acesso limitado às necessidades básicas, como comer, beber, dormir: esta é a dramática realidade vivida por um grande número de migrantes presentes na fronteira entre os Estados Unidos e o México.

A maioria são cidadãos do Haiti, que fugiram de sua terra natal devido à violência generalizada, às desordens políticas após o assassinato do Chefe de Estado Jovenel Moïse - ocorrida em 7 de julho por homens armados -, do forte terremoto que atingiu a ilha em 14 de agosto e o subsequente furacão que devastou a região 5 dias mais tarde.

Enquanto isso, o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos fechou os portões de acesso interno e acelerou os procedimentos de deportação de migrantes, aumentando os voos aéreos para o Haiti.

Uma história trágica, sobre a qual intervém a Conferência Episcopal dos Estados Unidos (USCCB), por meio do Comitê para a Migração, liderado por Dom Mario E. Dorsonville, e das Instituições de Caridade Católicas nacionais, coordenadas pela Irmã Donna Markham.

 

Em uma declaração conjunta, destaca-se que “a deportação acelerada nega a realidade da migração forçada, não leva em consideração as responsabilidades consagradas no direito nacional e internacional e mina a vulnerabilidade daqueles contra quem é aplicada. E não são sinais distintivos de um sistema de imigração justo, ordenado e humano”.“ Como Igreja ao serviço de todo o povo de Deus - continua a nota - acolhemos o chamado de Cristo a acolher o recém-chegado e acompanhá-lo onde quer que esteja”.

Tal atitude, continuam os signatários, é tanto mais necessária, sobretudo no contexto da Semana Nacional das Migrações, que decorre até 26 de setembro com o tema “Para um 'nós' cada vez maior”.

“Entristece-nos ver tanto desprezo pela dignidade humana. Afinal, é no rosto de cada migrante que vemos o rosto de Cristo”, escreve a USCBB. Daí o apelo ao governo dos Estados Unidos para "reavaliar seu tratamento aos migrantes haitianos e todos aqueles que se encontram ao longo da fronteira EUA-México, os quais deverão enfrentar condições de risco de vida se forem enviados de volta para casa e possíveis discriminações se forem expulsos para terceiros países".

“Oferecemos nossas orações - concluem os signatários da mensagem - por esses migrantes e por todos aqueles que buscam segurança, proteção e a oportunidade de prosperar de acordo com a dignidade que Deus lhes deu”.

Vatican News Service - IP

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23 setembro 2021, 14:35