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Dom Urbańczyk: vacinas, fraternidade e esperança são necessárias

Este "vírus sem fronteiras" agravou as emergências já existentes "nas áreas de alimentação, economia e migração", mas também se tornou "terreno fértil" para a propagação de "um clima de isolamento e desconfiança" que acabou por "fragmentar cada vez mais o tecido social" e "as relações entre os Estados".

Vatican News

Para vencer a pandemia da Covid-19 é necessário, antes de tudo, o acesso universal às vacinas, mas também é preciso fraternidade e esperança para construir um mundo melhor, mais justo e inclusivo. Foi o que disse o observador permanente da Santa Sé na Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), com sede em Viena), dom Janusz Urbańczyk, nesta segunda-feira, 15 de março, na reunião do organismo dedicada ao tema da retomada pós-Covid, seus desafios e oportunidades. Segundo o prelado, a emergência global está causando uma crise multiforme, que toca os setores da saúde, econômico e social "de forma simultânea e interligada, afetando seriamente nossos modelos de convivência local, regional e internacional".  Este "vírus sem fronteiras" agravou as emergências já existentes "nas áreas de alimentação, economia e migração", mas também se tornou "terreno fértil" para a propagação de "um clima de isolamento e desconfiança" que acabou por "fragmentar cada vez mais o tecido social" e "as relações entre os Estados".

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"Nestes tempos difíceis", sublinhou dom Urbańczyk, "existe apenas uma alternativa": "Reconhecer uma vulnerabilidade comum e buscar soluções compartilhadas" a fim de "transformar e repensar o estilo de vida atual e os sistemas econômicos e sociais que ampliam a distância entre ricos e pobres com uma distribuição injusta dos recursos". O que é necessário, reiterou o observador permanente, é "um quadro ético mais sólido", baseado na solidariedade global e a salvaguarda da Criação. Daí o convite a "garantir o acesso universal aos cuidados, em particular a distribuição equitativa das vacinas". "Mas tudo isso não é suficiente", advertiu o representante da Santa Sé, pois "as vacinas podem oferecer proteção contra o vírus, mas não curarão males sociais como a desigualdade e a indiferença". Para sair da pandemia da Covid-19, será necessário "remodelar a relação entre os indivíduos e a economia rumo a um modelo mais inclusivo e humano que encoraje a subsidiariedade, apoie o desenvolvimento econômico no âmbito local e invista na educação e infraestrutura para o benefício das comunidades".

De fato, destacou o prelado, quando a economia está "verdadeiramente a serviço do desenvolvimento humano integral", torna-se possível "um diálogo mais eficaz para fortalecer a segurança e a cooperação entre os Estados". Por fim, citando as palavras do Papa Francisco ao corpo diplomático credenciado junto à Santa Sé, recebido em audiência em 8 de fevereiro passado, dom Urbańczyk concluiu: "A fraternidade e a esperança são como medicamentos de que o mundo precisa hoje, em pé de igualdade com as vacinas".

Vatican News Service – IP/MJ

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15 março 2021, 16:21