Vista aérea da Amazônia perto de Porto Velho, em Rondônia, registrada em 24 de agosto de 2019 Vista aérea da Amazônia perto de Porto Velho, em Rondônia, registrada em 24 de agosto de 2019 

Incêndios na Amazônia, Sibéria e África: Patriarca Bartolomeu pede maior consciência com o estilo de vida

Os incêndios na Amazônia, mas também aqueles na Sibéria e na África, e os efeitos do aquecimento global no Ártico e no Alasca estão no centro do apelo do Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, para preservar a Criação: "pedimos a todos os fiéis e a todas as pessoas de boa vontade de considerar cuidadosamente como vivemos, o que consumimos e onde estão as nossas prioridades”.

Isabella Piro, Andressa Collet – Cidade do Vaticano

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O Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, também divulgou um apelo neste sábado (25) pela preservação da Criação: “oremos por todos aqueles que estão ameaçados ou atingidos pelos incêndios em cada ângulo do mundo. Pedimos a todos os fiéis e a todas as pessoas de boa vontade de considerar cuidadosamente como vivemos, o que consumimos e onde estão as nossas prioridades”.

Nas últimas semanas, segue o texto, “o nosso planeta foi testemunha de grandes incêndios selvagens em todo o mundo, das florestas pluviais da Amazônia e das áreas desérticas da África às regiões geralmente cobertas de neve, como no Ártico e no Alasca, até em países distantes entre eles, como a Espanha e a Sibéria”.

Ecossistemas do mundo estão em risco

Bartolomeu I escreve que, “mês após mês, vivemos temperaturas recordes e ondas de calor sem precedentes com a devastação de milhões de hectares e a destruição de milhões de pessoas”. E não só, sublinha o Patriarca: “a intensidade desses incêndios está progressivamente aumentando e se intensificando”, o que impõe “mudanças radicais” por parte do homem. Tais incêndios, de fato, segue Bartolomeu, ameaçam “os ecossistemas do mundo, sempre mais vulneráveis”.

A importância das árvores

São as árvores, em especial, que são atingidas pelas chamas: e mesmo assim, afirma o Patriarca, elas “são vitais para a terra, para a nossa sobrevivência e para a nossa alma”, porque “são preciosas não somente do ponto de vista estético ou comercial, mas também e sobretudo pela nossa defesa contra as mudanças climáticas”.

Portanto, recomenda Bartolomeu, “plantar mais árvores é certamente uma iniciativa louvável, mas cortá-las menos é talvez a resposta mais convincente para o aquecimento global”.

Iniciativas ecumênicas

O Patriarca alerta, então, para as “terríveis repercussões” provocadas por “um nível crescente de emissões de carbono”, convidando a “considerar a fragilidade fundamental da natureza, os recursos limitados do nosso planeta e a sacralidade única da criação”. Enfim, o anúncio que, em 1º de setembro – data em que será celebrada, em nível ecumênico, o 5º Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação (instituída pelo Papa Francisco em 10 de agosto de 2015) – serão apresentadas várias iniciativas do Patriarcado dos últimos 30 anos em favor da “preservação da criação de Deus”.

A África também está queimando

O mundo continua queimando: além da Amazônia, pela qual o Papa Francisco fez um apelo no Angelus deste domingo (25), nos últimos dias foram registrados quase 7 mil incêndios em Angola e mais de 3 mil na República Democrática do Congo, enquanto outros focos se ascendem na Zâmbia. Dados alarmantes que se somam aos mais de 5 milhões de hectares de florestas queimados na Sibéria no início de agosto e ao gravíssimo incêndio registrado recentemente na região de Cruz de Tejeda, nas Ilhas Canárias. No final de julho, chamas sem precedentes foram verificadas inclusive na Groelândia e no Alasca.

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25 agosto 2019, 15:59