Secretário de Estado vaticano, Cardeal Pietro Parolin Secretário de Estado vaticano, Cardeal Pietro Parolin 

Card. Parolin a Núncios: "cingidos" ao Evangelho, "prisioneiros" do amor de Deus

Na homilia da santa missa celebrada esta quarta-feira (12/06) na Basílica de São Pedro, o cardeal secretário de Estado vaticano, Pietro Parolin, traçou o ministério dos Representantes Pontifícios. A celebração deu início à reunião convocada pelo Papa até o próximo sábado

Cidade do Vaticano

Uma conduta exemplar e cristalina no serviço à humanidade, um amor apaixonado pela Igreja e pelos homens, um ministério altíssimo realizado com autêntica humildade. São as características dos Representantes Pontifícios evidenciadas pelo secretário de Estado vaticano, cardeal Pietro Parolin, na homilia da missa celebrada na manhã desta quarta-feira (12/06) na Basílica de São Pedro.

Exemplos na conduta

Inspirando-se na liturgia do dia, o purpurado evidenciou que Jesus com o seu ensinamento e a sua conduta restitui à Lei “o movimento, a leveza”, libertando-a de “engessamentos esclerosadores”, de “armaduras exteriores”, eclodindo suas contradições, mas reencontrando “o sentido, a alma, a lógica de fundo”. “Somos constantemente convidados a vigilar sobre nossa relação com a lei”, afirmou o cardeal Parolin referindo-se à lei canônica, sem excluir a lei civil.

De um lado devemos ser os primeiros custódios e observantes da lei: nossa atuação de Representantes da Santa Sé deve ser sempre exemplar e a nossa conduta deve ser sempre cristalina. Nosso serviço a todos os sistemas jurídicos presentes no mundo são (ou deveriam ser) endereçados ao bem do homem e de todo homem: ao respeito por seus direitos, à construção de uma sociedade mais justa, a uma convivência na paz. Aliás, esse é o âmbito da ação diplomática da Santa Sé. A lei deve ser sempre e unicamente a serviço da humanidade!

A lei do amor

Amabilidade é a palavra-chave para o serviço a ser realizado em várias condições:

A ação da Igreja poderá ser favorecida em algum lugar, ou mesmo fortemente contrastada em outras. Mas nada e ninguém poderá nos impedir de amar. Um amor apaixonado por  Cristo e por sua Igreja, um amor generoso pelos homens, pelas populações às quais somos enviados e, sobretudo, pelos pobres.

A diplomacia do Evangelho

Partindo da Carta de São Paulo, o cardeal secretário de Estado recordou “a altura sem medida do ministério e, ao mesmo tempo, a relativização do ministério”.

Todo ministério na Igreja, inclusive o da representação pontifícia, não goza de uma glória própria, mas deve refletir unicamente a da Nova aliança em Cristo. Todo dia na Santa Missa celebramos o memorial eucarístico com as mesmas palavras de Paulo: “Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue” buscando constantemente construir com todos relações de estima e fraternidade, servindo à “diplomacia do Evangelho”.

Transformados no coração

Permanecer marcados “pela pobreza e pelo limite”: foi a indicação do cardeal Parolin, porque se pode ser Representantes Pontifícios “somente na estima pelo dever confiado e, ao mesmo tempo, na humildade sincera acerca da própria pessoa”. Isso significa tornar-se espelho da glória do Senhor, acrescentou.

Portanto, deixemo-nos transformar pelo nosso dever: se os mensageiros devem formar único corpo com a mensagem que anunciam, também os Representantes Pontifícios são chamados de algum modo a deixar-se transfigurar pelo anúncio que portam consigo. Não somente deve tornar-se presente em nós o estilo pastoral do Santo Padre, que representamos e nos Estados nos quais somos acreditados, mas o nosso coração de pastores e de bispos deve identificar-se sempre mais com o próprio Evangelho e com a Nova Aliança de Jesus.

As credenciais autênticas

Uma transformação que, explicou o cardeal secretário de Estado , “fará de nós homens de grande fé, de humildade autêntica, de amor apaixonado pelo Senhor e pelos homens e de dedicação incondicionada pela Igreja , esposa de Cristo”.

Rezemos, irmãos, a fim de que o nosso serviço de Representantes Pontifícios nos mantenha “cingidos” ao Evangelho de Jesus de modo irreversível, de modo a tornar-nos também nós alegres e corajosos “embaixadores cingidos”, “prisioneiros” para sempre da lei do amor.

Três dias com o Papa

A celebração da manhã desta quarta-feira abriu a reunião dos Representantes Pontifícios, convocada pelo Papa Francisco até o próximo sábado, 15 de junho. Uma assembleia, com cadência trienal, que segue as de 2013 e 2016. Participam da Reunião 103 Representantes Pontifícios, dos quais 98 Núncios Apostólicos e 5 Observadores Permanentes.

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12 junho 2019, 19:49