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Exercícios espirituais: cidades e civilizações sejam morada de Deus

Caridade, misericórdia e comunhão: esses são os dons “que o Senhor confia à sua Igreja, e por caminhos insondáveis faz esses dons chegar aos homens e mulheres de boa vontade”, disse ainda o abade beneditino.

Cidade do Vaticano

“Tomei a liberdade de convidar todos vocês na colina a leste de Florença, consagrada há séculos pela veneração do protomártir armênio Miniato, porque lá de cima é possível ter um olhar de graça, gratidão e mistério sobre a cidade de Florença.”

Com essas palavras, o abade Bernardo Francesco Maria Gianni iniciou, no último domingo, os Exercícios espirituais. O pregador beneditino, nesta semana, conduziu o Papa e a Cúria Romana numa reflexão sobre a cidade de Florença, as cidades do mundo, a família humana que elas simbolicamente representam, entre o desejo de Deus e os desafios do nosso tempo.

A meta da humanidade é a comunhão com Deus

Na última meditação, realizada na manhã desta sexta-feira (15/03), o abade beneditino retoma a imagem da “cidade sobre o monte” através das palavras do capítulo 21 do Livro do Apocalipse, que cantam “a Epifania do fim de toda a história da humanidade”, a “nova Jerusalém”, “morada de Deus com os homens” onde “não haverá mais morte, luto, grito e dor, pois as coisas antigas desapareceram”.

A ideia principal não é apenas relançar essa “promessa certa da comunhão com Deus”, a esperança que Deus reserva para toda a humanidade tornando-se um companheiro de viagem, mas sublinhar o compromisso, como Igreja e comunidade, de fazer da cidade “família de famílias” e o Evangelho “fermento” nela.

A esperança deve ser doada

“Nós, que pela graça e pelo mistério recebemos essa consciência, devemos contagiar de esperança aqueles que de alguma forma não estão cientes. Então, quero que ressoe nessa conclusão uma palavra de esperança, uma palavra que o Papa Francisco nos doa: “É verdade que muitas de nossas cidades oferecem e geram sentimentos de erradicação que favorecem, pelos muitos problemas da cidade, da megalópole atual, comportamentos antissociais e violentos”, acrescentaria de medo, “como aconteceu na Nova Zelândia”, disse Bernardo Francesco Maria Gianni.

“Todavia, o Papa Francisco nos diz que o amor é mais forte. Muitas pessoas nessas condições são capazes, não obstante tudo, de tecer laços de pertença e convivência que transformam a aglomeração numa experiência comunitária, em que se rompem as paredes do eu e se superam as barreiras do egoísmo. A Igreja não pode deixar de ser fermento, testemunha autêntica e crível desse processo de amor que acontece nas cidades”, sublinhou o abade.

Caridade, misericórdia e comunhão

Caridade, misericórdia e comunhão: esses são os dons “que o Senhor confia à sua Igreja, e por caminhos insondáveis faz esses dons chegar aos homens e mulheres de boa vontade”, disse ainda o beneditino.  

Cabe a nós fazer com que as nossas cidades e civilizações acolham a Deus. Cabe a nós comunidades de cristãos sentir-nos “realmente e intimamente solidários com o gênero humano e sua história”, com suas aflições, seus sofrimentos e seus desesperos.

“Que o Evangelho”, único fermento que leveda a massa, lê-se na Evangelii Gaudium 237, “seja cidade”. Esse é o desafio “difícil” e “admirável que deixo no coração de cada um de vocês”, conclui o abade beneditino.

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15 março 2019, 15:00