O tema da pesquisa deste ano trata das estrelas variáveis à luz de novas e grandes pesquisas astronômicas O tema da pesquisa deste ano trata das estrelas variáveis à luz de novas e grandes pesquisas astronômicas 

Papa a astrofísicos: observar o universo também com olhar da fé

Francisco ressaltou que “a diversidade pode unir por um objetivo comum de estudo”, e “que o sucesso do trabalho depende também dessa diversidade, pois é através da colaboração entre pessoas de vários contextos que nasce a compreensão comum de nosso universo”.

Cidade do Vaticano

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (14/06), na Sala Clementina, no Vaticano, sessenta participantes da 16ª Escola de Astrofísica de Verão, promovida pelo Observatório Astronômico Vaticano sobre o tema “Variabilidade estelar na era de grandes pesquisas”. O encontro teve início no último dia 4 e prossegue até 29 deste mês.

Depois de dar as boas-vindas aos professores e estudantes desse curso de verão, provenientes de vários países e culturas, Francisco ressaltou que “a diversidade pode unir por um objetivo comum de estudo”, e “que o sucesso do trabalho depende também dessa diversidade, pois é através da colaboração entre pessoas de vários contextos que nasce a compreensão comum de nosso universo”.

Esforço de colaboração 

O tema da pesquisa deste ano trata das estrelas variáveis à luz de novas e grandes pesquisas astronômicas.

“Esses estudos vêm do esforço de colaboração de muitas nações e do trabalho comum de muitos cientistas. Como emergirá claramente dessa escola, é apenas trabalhando juntos, em equipe, que vocês poderão dar um sentido a todas essas novas informações.”

“O universo é imenso e na medida em que aumenta a nossa compreensão dele, aumenta também a necessidade de aprender a administrar o fluxo de informações que nos chegam de várias fontes. Talvez, a forma de gerenciar essa quantidade de dados possa dar esperança às pessoas no mundo que se sentem envolvidas pela revolução da Internet e das mídias sociais.”

Segundo Francisco, no contexto dessas “informações e do universo imenso, sentimo-nos pequemos e podemos ser levados a pensar que somos insignificantes. De fato, não há nada de novo neste receio. Mais de dois mil anos atrás, o salmista escreveu: “Quando contemplo o céu, obra de teus dedos, a lua e as estrelas que fixaste... O que é o homem, para dele te lembrares? O ser humano, para que o visites? Tu o fizeste pouco menos do que um deus, e o coroaste de glória e esplendor.”

Tarefa do cientista

“É importante, como cientistas e fiéis, iniciar admitindo que existe muita coisa que não sabemos. É também importante não ficar satisfeitos de permanecer num agnosticismo cômodo. Não devemos pensar que sabemos tudo e não devemos ter medo de aprender mais”, disse o Papa.

Francisco sublinhou que a tarefa do cientista é “conhecer o universo, pelo menos em parte, conhecer o que sabemos e o que não sabemos, e como proceder para saber mais”.

“Depois há o olhar metafísico, que reconhece a Causa Primeira de tudo, escondida nos instrumentos de medição. Depois, o olhar da fé, que acolhe a Revelação. A harmonia desses diferentes níveis de conhecimento nos leva à compreensão e a compreensão, esperamos, nos abre para a Sabedoria. Nesse sentido podemos entender ‘a glória e a honra’ da qual fala o salmista, a alegria do trabalho intelectual como o de vocês, o estudo da astronomia.”

“Através de nós, seres humanos, o universo pode se tornar, por assim dizer, consciente de si e Daquele que nos criou: é o dom, com a relativa responsabilidade, que nos foi dado como seres pensantes e racionais neste cosmo”, concluiu o Papa.

Papa recebe a Escola de Astrofísica de Verão

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14 junho 2018, 12:03