Papa com Aung San Suu Kyi Papa com Aung San Suu Kyi 

Cortesia e diplomacia: o primeiro dia do Papa em Mianmar

O Pontífice enalteceu a história do país encorajando esforços de reconciliação. “O futuro de Mianmar é a paz. Ninguém pode ser excluído.”

Bianca Fraccalvieri - Yangun

Cortesia, respeito, diplomacia: assim foi o primeiro dia de compromissos do Papa Francisco em Mianmar.

Logo pela manhã, um encontro fora de programa: no refeitório do Arcebispado, o Santo Padre recebeu 17 líderes religiosos. Após a saudação e a introdução do Bispo John Hsane Hgyi, todos os convidados falaram brevemente. O Papa improvisou um discurso em espanhol. O tema central foi o da unidade na diversidade.

Depois deste encontro e antes da celebração da missa, o Papa se reuniu brevemente com o líder budista Sitagou Sayadaw. O Diretor da Sala de Imprensa, Greg Burke, declarou que este ato representa o esforço de encorajar a paz e a convivência fraterna como única via a percorrer. 

Na sequência, após o almoço, Francisco embarcou para a capital Nay Pyi Taw para a cerimônia oficial de boas-vindas.

Diplomacia

O Pontífice foi acolhido pelo Presidente Htin Kyaw e, diante do palácio presidencial, foram executados os hinos dos dois Estados, com as honras militares e a apresentação das delegações. Já dentro do palácio, o Papa assinou o Livro de Honra com as seguintes palavras: “Sobre todo o amado povo de Mianmar, invoco as bênçãos divinas da justiça, da paz e da unidade”.

Depois do encontro privado, foi a vez de Francisco ser recebido pela Conselheira de Estado, Aung San Suu Kyi. A conversa a portas fechadas durou 23 minutos. Os dois já haviam se reunido no Vaticano, em maio passado, por ocasião do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois Estados.

Cortesia

O Papa deixou o palácio presidencial para se dirigir ao Centro de Convenções Internacional. Lá, o aguardam autoridades, representantes da sociedade civil e o corpo diplomático, entre os quais o Embaixador do Brasil, Antônio José Maria de Souza e Silva. O Pontífice foi acolhido por jovens e crianças em trajes tradicionais, representando as diversas etnias do país.

Seja Suu Kyi, seja Francisco pronunciaram seu discurso. Por um lado, a Conselheira de Estado foi sincera ao falar do momento em que o país está vivendo, mencionando explicitamente a crise de refugiados na fronteira com Bangladesh. E agradeceu o apoio e a compreensão do Papa. O caminho a seguir é longo, mas nós caminhamos com confiança, confiando no poder da paz, do amor e da alegria.”

Por outro lado, o Pontífice enalteceu a história do país, encorajando justamente esses esforços de reconciliação. “O futuro de Mianmar é a paz, disse ele. “Ninguém pode ser excluído.”

Do Centro de Convenções, o Papa se dirigiu ao aeroporto da capital para regressar a Yangun, concluindo suas atividades. Durante o dia, teve também um tuíte de Francisco: "Espero que a minha visita possa abraçar toda a população de Mianmar e Bangladesh e encorajar a construção de uma sociedade inclusiva".

Já a quarta-feira será marcada pelo encontro com a comunidade católica. Na missa que será celebrada pela manhã, é aguardada a participação de cerca de 150 mil fiéis. Na parte da tarde, mais um evento inter-religioso, desta vez com o Conselho Supremo Budista. Na sequência, o Papa recebe os bispos das 16 dioceses de Mianmar.

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28 novembro 2017, 16:13