Esta fotografia tirada no Cairo, em 6 de janeiro de 2022, mostra a crucificação de Jesus na Igreja copta-ortodoxa do Arcanjo Miguel. (Foto de Khaled DESOUKI / AFP) Esta fotografia tirada no Cairo, em 6 de janeiro de 2022, mostra a crucificação de Jesus na Igreja copta-ortodoxa do Arcanjo Miguel. (Foto de Khaled DESOUKI / AFP) 

No Egito, momento de “despertar espiritual” em memória dos Mártires coptas

Diocese ortodoxa de Samalut está programando celebrações litúrgicas, conferências, visitas ao museu-santuário e encontros de oração, para celebrar os 20 mártires cristãos decapitados pelo Estado Islâmico em fevereiro de 2015 na costa da líbia.
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Quinze dias de “despertar espiritual” - a serem vividos em memória daqueles que morreram há sete anos sussurrando o nome de Jesus, enquanto eram degolados por milicianos jihadistas - é o que propõe aos cristãos egípcios a Diocese copta ortodoxa de Samalut, na Província de Minya. A intenção é recordar o sétimo aniversário do martírio de vinte cristãos em uma praia na Líbia, juntamente com um colega de trabalho ganês, em fevereiro de 2015. Todos foram martirizados autoproclamado Estado Islâmico (EI).

Os eventos litúrgicos e religiosos de comemoração dos mártires coptas da Líbia terão lugar de 1º a 15 de fevereiro próximo. As celebrações serão realizadas no santuário a eles dedicado, construído em tempo recorde na aldeia de al Awar, local de onde a maior deles era proveniente. O bispo copta ortodoxo de Samalut, Anba Pavnotios, anunciou que serão realizadas celebrações litúrgicas, conferências, visitas ao museu-santuário e encontros de oração. Pavnotios convidou todos a valorizar os benefícios e bênçãos espirituais que por meio dos mártires da Líbia poderão ser derramadas sobre os que celebrarem com sincera gratidão.

No ano passado, devido às medidas de distanciamento social impostas para conter a pandemia da Covid-19, apenas um número limitado de pessoas pôde participar da única liturgia celebrada no santuário em homenagem aos mártires da Líbia. O fluxo de peregrinos ao santuário, embora tenha diminuído devido aos períodos de fechamento forçado e às medidas de combate à pandemia, nunca parou.

Os 20 coptas egípcios e seu colega de trabalho ganês foram sequestrados na Líbia, no começo de janeiro de 2015. O vídeo de sua decapitação foi publicado por um site jihadista no dia 15 de fevereiro do mesmo ano. Uma semana após a notícia do massacre, o patriarca copta ortodoxo Tawadros II decidiu inscrever seus nomes no Synaxarium, o livro dos mártires da Igreja Copta, estabelecendo que sua memória fosse celebrada justamente no dia 15 de fevereiro.

Os restos mortais dos coptas mortos na Líbia foram encontrados mais de dois anos mais tarde, no final de setembro de 2017. Os corpos estavam em uma vala comum na costa da Líbia, perto da cidade de Sirte. Todos foram encontrados com as mãos amarradas nas costas, vestidos com o mesmo macacão laranja que usavam na macabra gravação divulgada pelos terroristas no momento da decapitação.

No vídeo de sua execução, ficou claro que muitos dos mártires, quando foram brutalmente massacrados, sussurraram as palavras ‘Senhor Jesus Cristo’. “O nome de Jesus – disse na época à Agência Fides o bispo copta católico Aziz Mina, hoje emérito de Guizeh – foi a última palavra que lhes saiu da boca. Como na paixão dos primeiros mártires, eles se confiaram Àquele que os acolheria logo depois. Assim, eles celebraram sua vitória, a vitória que nenhum carrasco pode tirar deles. Esse nome sussurrado no último momento foi como o selo do seu martírio”.    

*Com Agência Fides

 

 

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07 janeiro 2022, 16:17