Grupo de Adolescentes da Paróquia N S de Fátima (Diocese de Campos). Foto tirada antes da Pandemia Grupo de Adolescentes da Paróquia N S de Fátima (Diocese de Campos). Foto tirada antes da Pandemia 

Pandemia: desafios para adolescentes na missão evangelizadora

Tempos difíceis, mas de experiencias positivas de jovens que reinventam a ação evangelizadora. A jovem Ester Borges de Albuquerque, 20 anos, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no IPS, na Diocese de Campos (RJ) é exemplo de compromisso e fé e a necessidade de dar continuidade a ação mesmo diante dos desafios da Pandemia.

Ricardo Gomes – Diocese de Campos

Ester Borges de Albuquerque, 20 anos partilha experiencias pastorais neste tempo de Pandemia. E o compromisso de evangelizar com palavras e exemplos. Ester conta as experiencias com adolescentes neste momento de distanciamento social e todas as ações através das mídias sociais. E para chegar aos adolescentes surgiu o projeto Logados em Cristo e a experiencia deu certo.

“Com os adolescentes nós tivemos que nos reinventar, pois sem o contato presencial, aquele louvor, o contato que eles gostam, seria difícil manter e atrair eles de uma forma virtual. Então acabamos criando o logados em Cristo nesse período, que era como um programa de televisão, com apresentador, comerciais, entrevistas, erros de gravação... e em cada programa a gente chamava Alguém para participar e falar de um assunto diferente. E por aí conseguimos atrair esses adolescentes, abordar assuntos importantes cativando-os, fazendo lives”, relata Ester.

Ela completa afirmando que a experiencia deu certo e além dos adolescentes da Paroquia alcançou outras regiões e o projeto destinado aos adolescentes encontrou adesão de adultos que passaram a assistir os programas. O desafio para a jovem era em relação com a música que teve de ser adaptada a número reduzido de músicos.

Ester prepara programas catequéticos para adolescentes
Ester prepara programas catequéticos para adolescentes

“Foi uma experiência que nunca imaginaríamos fazer, mas que conseguimos atingir não só os adolescentes da nossa paróquia, mas atingimos de outras regiões e até mesmo adultos que assistiram esses programas. E com a música também foi algo diferente, tivemos que reduzir o número de músicos presentes, e muitos que podiam ajudar, pois muitos eram de grupo de risco e com as missas transmitidas, tivemos que redobrar nossos cuidados e ajudar em mais horários para não deixar faltar nada. Mas pra mim, A maior missão mesmo foi de evangelizar os adolescentes de forma virtual e não deixar eles se afastarem de Deus nesse momento”, pontua a jovem.

“Eu atuo no ministério de música, e na coordenação do grupo de adolescentes da paróquia. Tem sido experiências muito diferentes do que estávamos acostumados. Pensar em estratégias e tentar trazer a palavra pra esse momento que eles estão vivendo.” Ester Borges de Albuquerque

Grupo de adolescentes: uma opção para acolher

Ester relata que o Grupo de Adolescentes surgiu em 2018 numa iniciativa da mãe Cleide Ferreira da Silva Albuquerque e estaca programando no ano passado a realização do EAC- Encontro de Adolescentes com Cristo que teve de ser cancelado pela Pandemia. O objetivo foi reunir e direcionar os adolescentes que saiam da catequese.

“A iniciativa da minha mãe, que viu a necessidade de formar um grupo de adolescentes na paróquia, pois eles não tinham nada direcionado para eles após sair da catequese. Então formamos o grupo em 2018, e desde então trabalhamos de forma dinâmica com eles, levando jogos, conversas e não palestras, estudos bíblicos dinamizados, louvores. Reunimos adolescentes de 11 a 15 anos”, disse Ester.

As lições da Pandemia

“Acho que precisamos entender o que éramos antes da pandemia e o que estamos nos tornando agora com ela. Os pós pandemia não será como antes, a sociedade saiu com sequelas desse momento, temos uma outra visão": Ester Borges de Albuquerque.

Apesar da realidade de mortes a jovem destaca as experiencias positivas vivenciadas na sociedade.  A pandemia trouxe muitos impactos, positivos e negativos. Os negativos estão muito evidentes, mortes, desemprego, uma separação de classes cada vez maior. Mas também trouxe muita reflexão, como sociedade, mostrando como eram valiosos os momentos de comunhão com os irmãos na igreja, como isso aviva nossa fé, incentiva o outro, e agora com o isolamento.

“Trouxe empatia, de se isolar não só por si, mas principalmente por um outro que possa ser de grupo de risco. Momento de o jovem entender seu papel na Igreja, e ir trabalhar por ela (lógico que com todos cuidados) e deixar aqueles que já tanto trabalharam por nossa igreja e são de risco se isolar. Usarem os dons que receberam para levar a palavra para aqueles que não podem sair nesse momento. Trouxe momentos de reflexão particular, antes muitos diziam não ter tempo para conversar com Deus, para ler a Bíblia... por terem suas agendas lotadas, e com a pandemia viram toda sua vida parar, e sendo esse o momento perfeito para se conectar mais com Deus. Digo por mim mesma, que antes lia trechos e capítulos soltos da Bíblia, nesse período tirei para ler toda a Bíblia e entender o que ela tem pra me dizer. Fez a gente se reinventar como igreja, levando a palavra de uma outra forma, E isso foi ótimo. Numa era da tecnologia, que os jovens e até adultos estão tão conectados, precisávamos nos reinventar e atingir eles por esse canal, foi o momento de transformar a internet num canal de bênção e atingir um público muito maior”, conclui Ester.

Ester Borges de Albuquerque, 20 anos

 

 

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09 março 2021, 13:12