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Covid-19: Fundo da Arquidiocese de Milão distribuiu 4 milhões € em ajudas

“O que torna a vida insuportável não é a pobreza, mas o desespero, não o cansaço, mas o estar sozinho, sentir-se abandonado. O Fundo San Giuseppe não pode eliminar a pobreza, não alivia o cansaço, mas é um instrumento para superar o desespero, para garantir que ninguém seja abandonado”, disse o arcebispo Dom Mario Delpini.

Tiziana Campisi – Vatican News

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2039 pessoas foram ajudadas na Arquidiocese de Milão pelo Fundo “San Giuseppe” (Fundo São José), que desde 22 de março do ano passado distribuiu 3.850.900 euros. Mais da metade dos beneficiários (1.040 pessoas), de acordo com um comunicado da Arquidiocese de Milão, não recebem mais subsídios, porque voltaram a trabalhar, embora muitas vezes ainda em condições muito precárias, ou melhoraram suas condições a ponto de não ter mais necessidade de ajuda no momento. Outras 424 pessoas (20,8%) obtiveram a renovação da contribuição, enquanto 575 (28,2%) ainda estão recebendo.

Os dados emergem do balanço anual da medida extraordinária instituída pelo arcebispo, Dom Mario Delpini, e pelo prefeito Giuseppe Sala no início do bloqueio da primavera passada, para ajudar aqueles que tiveram problemas de trabalho devido às restrições anticovid.

A análise dos dados do Fundo “San Giuseppe” também possibilitou traçar o perfil de quem pagou o preço mais alto pelos bloqueios. Entre os beneficiários do fundo, os italianos são 45,2%, os estrangeiros 54,8%. O maior grupo é constituído por casais com um ou dois filhos menores (37,4%) e imediatamente a seguir por famílias com mais de dois filhos (12,9%).

É significativo o número das pessoas que tiveram uma queda na renda de tal forma que não puderam mais sustentar as despesas familiares básicas. Com 37,3% são o maior grupo seguido pelos que tinham contrato por tempo determinado e que não foi renovado (22,5%).

 

Segundo os agentes da Caritas Ambrosiana, os dados mostram que, por um lado, a crise social atingiu muito duramente, visto que para uma parte dos beneficiários foi necessário estender a contribuição; por outro lado, que a intervenção foi oportuna, permitindo à maioria dos ajudados a ultrapassar os momentos mais críticos, sem necessidade de novos apoios.

“O que torna a vida insuportável não é a pobreza, mas o desespero, não o cansaço, mas o estar sozinho, sentir-se abandonado - disse Dom Delpini -. O Fundo San Giuseppe não pode eliminar a pobreza, não alivia o cansaço, mas é um instrumento para superar o desespero, para garantir que ninguém seja abandonado”.

“Para o prelado, o Fundo pode transmitir a sua mensagem aos que perderam os seus empregos devido à pandemia, somente porque centenas de pessoas e instituições sentiram a solidariedade como um dever, a generosidade como estilo de vida, a concretude como sinal distintivo. Centenas de milaneses responderam ao apelo do arcebispo para estabelecer um Fundo de Ajuda Mútua para as pequenas empresas que foram as primeiras a sofrer com a crise econômica resultante da emergência do coronavírus.”

“Nossa preocupação era fazer com que esses fundos chegassem da forma mais direta possível a quem realmente precisava - explicou por sua o prefeito Sala -. Por isso optamos, entre outros, por dirigir-nos à Diocese que, desde o tempo do cardeal Tettamanzi, havia ativado o Fundo Família e Trabalho, justamente para ajudar as famílias e os pequenos negócios vítimas da crise de 2008 ... concedemos dois milhões de euros que hoje foram bem aproveitados, o que nos agrada e que abre caminho para futuras e novas colaborações”.

O objetivo do Fundo San Giuseppe é atuar, superada a crise atual, em sinergia com o Fundo “Diamo Lavoro”, criado em 2019, que financia estágios de formação em empresas para realocação no mercado de trabalho.

Para acessar o Fundo San Giuseppe, deve-se enviar um pedido ao centro de escuta da própria paróquia. As candidaturas são avaliadas por um conselho de administração que verifica a conformidade das candidaturas. Uma vez aprovado o pedido, o beneficiário recebe diretamente na própria conta ou por meio do pároco, respectivamente uma transferência bancária ou cheque no valor que varia entre 400 e 800 euros por mês, dependendo da composição da família.

A partir do momento de aceitação do pedido, a contribuição é paga por um período de três meses. Ao final deste período, o conselho de administração, caso existam as condições, pode conceder uma renovação por mais um período de um a três meses.

O Fundo destina-se a desempregados devido à crise da Covid-19 (por exemplo, trabalhadores temporários cujo contrato não foi renovado), trabalhadores temporários (contratos por chamada, contratos ocasionais), trabalhadores autônomos.

Vatican News Service - TC

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04 janeiro 2021, 15:32