Agora, mais do que nunca, a proteção de crianças desacompanhadas deve ser garantida (AFP or licensors) Agora, mais do que nunca, a proteção de crianças desacompanhadas deve ser garantida (AFP or licensors) 

Caritas Europa pede transferência de menores desacompanhados refugiados na Grécia

A Carta aberta apresentada aos membros da UE pela Caritas Europa denuncia que 1.752 crianças desacompanhadas estão presas nos acampamentos na Grécia ao lado de dezenas de milhares de pessoas, incluindo idosos, pessoas com deficiência, pessoas com sérios problemas de saúde, famílias com crianças e mulheres grávidas.

Vatican News

"Exortamos a Alemanha, França, Portugal, Finlândia, Lituânia, Croácia e Irlanda a seguir a liderança do Luxemburgo nesta emergência e garantir a realocação de menores desacompanhados dos Centros de Acolhida e Identificação (RIC) nas ilhas gregas".

Este é o chamado da Caritas Europa que, juntamente com outras 66 instituições e ONGs que trabalham com refugiados na Grécia, enviou uma carta aberta aos governos europeus para que eles cumpram imediatamente os compromissos que assumiram, especialmente diante da ameaça da pandemia de Covid-19.

O comunicado recorda que, no início de março, os países membros foram exortados a realocar menores de idade desacompanhados nas ilhas gregas. Na ocasião, esse grupo de sete países anunciou que aceitaria os menores, mas tais promessas não foram cumpridas.

Em 2 de abril, a comissária da Comissão Europeia, Ylva Johansson, anunciou perante o Parlamento Europeu que um grupo de crianças seria transferido para o Luxemburgo nas próximas semanas. Disto, a solicitação aos outros países para assumirem seu compromisso conforme acordado.

Vontade política

 

"Cumprir esses compromissos sem demora é agora de vital importância para proteger esses menores", lê-se na nota, que destaca a possibilidade que têm os Estados europeus de dar respostas rápidas e seguras, dando como exemplo as numerosas transferências que esses países realizaram para repatriar seus nacionais presos no exterior pelas medidas de emergência adotadas pela pandemia.

"O Centro Europeu de Resposta a Emergências evacuou mais de 10.000 cidadãos da UE presos na China, Japão, EUA, Marrocos, Tunísia e outros países", refere o documento. "Quando há vontade política – acrescenta - essas transferências se tornam possíveis".

Os riscos para estas crianças

 

A Carta aberta apresentada aos membros da UE afirma que 1.752 crianças desacompanhadas estão presas nos acampamentos ao lado de dezenas de milhares de pessoas, incluindo idosos, pessoas com deficiência, pessoas com sérios problemas de saúde, famílias com crianças e mulheres grávidas.

De acordo com organizações humanitárias, a maioria desses campos de refugiados está superlotada, eles não têm acesso à água encanada, sanitários e chuveiros, impossibilitando o cumprimento das diretrizes para se proteger do Covid-19 e, portanto, estão expostos a um risco aumentado de infecção, doença ou morte.

“Agora, mais do que nunca – lê-se no documento - a proteção de crianças desacompanhadas deve ser garantida e todos os esforços para ajudar a descongestionar os campos devem ser apoiados, para que as pessoas que ali vivem possam ter alguma possibilidade de proteger suas vidas e sua saúde e cumprir com as medidas para limitar a disseminação do COVID-19”.

As organizações humanitárias também exigem que todas as realocações sejam feitas de acordo com o interesse das crianças, priorizando os laços familiares e garantindo que não ocorram discriminações quanto à nacionalidade, gênero, data de chegada ou faixa etária.

A nota termina com um apelo a outros países europeus para que se unam aos esforços para realocar essas crianças desacompanhadas de maneira segura e imediata: "Não há tempo a perder".

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10 abril 2020, 14:00