Caxemira, zona de interposição entre Índia e Paquistão, disputada pelas duas potências nucleares Caxemira, zona de interposição entre Índia e Paquistão, disputada pelas duas potências nucleares

Arcebispo de Lahore: contra armas nucleares, escolhemos a paz entre Índia e Paquistão

O histórico encontro entre São Francisco de Assis e o sultão do Egito inspirou outro grande “abraço”: o abraço ocorrido em 4 de fevereiro passado em Abu Dhabi entre o Papa Francisco, líder universal da Igreja, e o Grão-Imame de Al-Azhar, Al-Tayyb, seguido da assinatura do Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da paz mundial e da convivência comum. Dom Sebastian fez um apelo em favor da paz num momento delicado para a Índia e Paquistão

Cidade do Vaticano

As “armas atômicas jamais serão necessárias nem usadas se os líderes mundiais permanecerem firmes no compromisso de construir a paz global”. Foi o que disse o arcebispo de Lahore, no Paquistão, dom Sebastian Shaw, dias atrás, durante a cerimônia de comemoração do histórico encontro entre São Francisco de Assis e o sultão do Egito Malik al Kamil, 800 anos atrás.

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Estabelecer a paz e salvar a humanidade

O arcebispo fez um pronunciamento durante a cerimônia com um apelo em favor da paz num momento delicado para a história da Índia e Paquistão, contrapostos sobre a questão da Caxemira.

Dom Sebastian recordou que ambos os países são detentores da bomba atômica. Por isso, exortou os primeiros-ministros Narendra Modi (Índia) e Imran Khan (Paquistão) a “escolher o caminho do diálogo para estabelecer a paz e salvar a humanidade”.

Custódia dos Frades Menores Capuchinhos do Paquistão

A cerimônia teve lugar em Lahore na igreja de Santa Maria. O evento foi organizado pelo custódio de Mariam Saddeeqa – a custódia dos Frades Menores Capuchinhos do Paquistão –, Pe. Frei Francis Nadeem.

“Hoje celebramos os 800 anos do encontro entre São Francisco de Assis e o sultão do Egito Malik al Kamil. Prometemos tornar-nos meio de paz em nossa sociedade, como esses dois grandes da história nos mostraram o caminho do diálogo”, ressaltou o religioso capuchinho.

Um grande “abraço”

O histórico encontro entre o católico e o líder muçulmano inspirou outro grande “abraço”: o abraço ocorrido em 4 de fevereiro passado em Abu Dhabi – nos Emirados Árabes Unidos – entre o Papa Francisco, líder universal da Igreja, e o Grão-Imame de Al-Azhar, Al-Tayyb, seguido da assinatura do Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da paz mundial e da convivência comum.

Dom Sebastian refere-se à experiência desta fraternidade global no repicar do “sino da paz”, “num gesto de unidade e solidariedade com a comunidade internacional da Europa”, no qual neste 4 de outubro foram tocados sinos da paz. Seguindo esse exemplo, o arcebispo de Lahore pediu para que fossem tocados também os sinos das igrejas do Paquistão, para “rezar pela paz”.

A espiritualidade do diálogo

Antes de entrar na igreja e celebrar a missa, todos os sacerdotes, os leigos e os fiéis presentes acenderam velas de paz, como sinal de renovação do próprio compromisso a construir uma sociedade harmoniosa.

Pe. Frei Clarence Hayat, dos Frades Menores Capuchinhos, reiterou “a espiritualidade do diálogo” à luz do histórico encontro entre os dois líderes religiosos. “O diálogo é possível porque tem o poder de construir a paz”, disse o religioso franciscano.

(AsiaNews)

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17 outubro 2019, 15:45