Capela improvisada para celebrar Missa em Beira, Moçambique Capela improvisada para celebrar Missa em Beira, Moçambique 

Moçambique. O povo de Beira quer recomeçar a viver

Depoimento do Padre Maurizio Bolzon, em missão em Beira, Moçambique, a cidade mais atingida pelo ciclone Idai que se abateu sobre o país três semanas atrás

O padre Maurizio Bolzon, sacerdote de Vicenza em missão em Beira, Moçambique, cidade mais atingida pelo ciclone Idai fala ao Vatican News sobre a situação no país. O sacerdote mostra-se surpreso pela força do povo moçambicano e a vontade de recomeçar, sem ficar chorando pela situação. E a expectativa da viagem do Papa Francisco ao Moçambique em setembro deste ano que trará novos sinais de esperança para o povo.

Ouça o padre Bolzon

Um dia depois da passagem do ciclone foi um dia de grande surpresa para mim, porque a reação que o povo de Beira teve foi algo que eu nunca tinha pensado. Ao cumprimentar-se uns aos outros no dia seguinte todos ficavam surpresos em dizer: “acordei”, “ainda estou vivo”. E a alegria de poder dizer ainda estou vivo, chegava quase a cancelar tudo o que se via diante dos olhos: estragos, desespero, casas caídas, telhados que voaram longe, árvores derrubadas, postes de luz, mas o fato de ainda vivermos, superava tudo isso.

Então, nestas semanas que passamos aqui, pode-se ver que o povo há fortes sinais de ressurreição, é um povo que não está chorando pela situação, mas está já trabalhando para ir adiante, que quer reconstruir, que quer recomeçar, um povo que não para, um povo com grande força, isso com certeza.

Também a comunidade internacional está dando uma boa resposta, no aeroporto onde fica o centro operacional das atividades de ajuda há uma grande presença de organismos, instituições, centenas de instituições presentes cada uma segundo as suas características.

O desafio é a fase de reconstrução porque o tempo da ajuda imediata normalmente dura pouco, mas a presença da Igreja é uma presença que continua no tempo. E a Igreja tem esse desafio acompanhar o povo a se levantar, a reconstruir, a recomeçar a viver, então aí é o desafio maior".

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04 abril 2019, 13:43