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Redes sociais: Francisco, o primeiro entre os “influencers” dos jovens interessados em religião

Foram apresentados na Universidade Gregoriana os resultados do “Global social listening study”, um estudo sobre a relação entre os jovens e redes sociais e religião. Apenas 4% dos jovens compartilha nas redes os conteúdos sobre a fé católica. O Brasil é o país com o maior número de jovens, mais de 5 milhões, com interesse pela religião

Cidade do Vaticano

“Começamos este estudo – conta Jesus Colina, diretor editorial de Aleteia, para compreender como os jovens estão vivendo a religião nos dias de hoje. Mas para entendê-lo, precisávamos de informações reais. E como os jovens estão com frequência nas redes sociais, recolhemos os dados justamente desta fonte, dos perfis Facebook e Instagram de jovens de todo o mundo”. As duas pesquisas foram realizadas pelo network de informações católicas Aleteia, em colaboração com a Universidade Saint Mary’s de Londres e a Universidade Ramon Llull de Barcelona.

Uma pesquisa para compreender a realidade juvenil

 

As informações da primeira pesquisa, “A fé dos jovens e seus ‘influencer’ nas redes sociais”, foram coletados em 2017. “Foram levados em consideração – explica Jesus Colina – os dados estatísticos e não as informações pessoais de cerca de 540 milhões de perfis Facebook e Instagram de jovens entre 18 e 25 anos. Os jovens – acrescenta – são provenientes de todas as partes do mundo, com exceção de Cuba, Venezuela, Bolívia, Irã, Sudão, Egito e Congo. Por falta de dados disponíveis”. Os resultados foram encaminhados para os bispos, por ocasião do Sínodo dos Jovens, para que possam compreender melhor a realidade atual dos jovens e planificar um trabalho de evangelização mais específico.

O que os jovens procuram nas redes sociais

 

Do estudo sobressai que apenas 4% dos jovens compartilha conteúdos relativos à fé católica nas redes sociais. Em geral, de fato, os jovens nas redes sociais procuram entretenimento e gêneros de consumo, para compartilhar interesses e serem reconhecidos pelos outros. Os jovens interessados em religião geralmente têm um nível de estudos superior aos outros e interesses sociais e culturais. Como seus coetâneos, gostam de se divertir nas redes sociais, por esta razão a religião católica deve saber aproveitar este potencial para comunicar com os jovens.

Brasil, primeiro lugar nas redes sociais 

 

Segundo o estudo, o Brasil é o país com o maior número de jovens, mais de 5 milhões, com interesse pela religião. Seguem Filipina s com 2 milhões, a Índia com 1 milhão, os Estados Unidos e o Peru com 900 mil e a Itália com 700 mil. Surpreende os Estados Unidos porque embora tenham um número elevado em termos absolutos, apenas 2,5% dos jovens se interessam pela religião na internet. Também surpreende constatar o grande interesse do Vietnã (4% dos jovens), pois é um país comunista. Segundo Miriam Diez Bosh, professora na Universidade Ramon Llull de Barcelona, “considerando que quase a metade das redes sociais encontram-se em países com maioria cristã, elas tornam-se potencialmente o primeiro espaço que a Igreja pode entrar em contato com os jovens e por isso deve ser aproveitado”.

Papa o primeiro entre os interessados em religião

 

Para entender os jovens, é preciso saber quem são seus influencers. Com isso pode-se entender quais sejam os valores que os jovens dão importância. Entre os principais estão os do mundo do espetáculo e entretenimento em geral. Porém, Papa Francisco é o primeiro entre os jovens interessados pela religião. "Inútil pensar em superá-los, mas se poderia servir deles, ou seja, influenciar os influencers, para que sejam porta-voz da realidade de fé e religião", afirma a professora Miriam Bosh.

A metáfora: a vida dos jovens como um barco a vela

 

O estudo revela que o interesse dos jovens pelas redes sociais vai além dos limites geográficos e geralmente se concentram no entretenimento (música, televisão, videogames, esporte) e em grifes de bens de consumo. Este materialismo, combinado com a fragilidade das relações, mostra que a geração dos jovens de hoje, ao contrário da precedente, não tem pontos de referência na vida. “A vida dos jovens nas redes sociais – declarou Jesus Colina – parece mais um barco a vela, que precisa encontrar ventos favoráveis para ir adiante, sem saber exatamente qual seja o seu destino”.

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23 outubro 2018, 14:57