Cardeal Parolin preside Celebração Eucarística na Igreja de Santa Sofia em Roma (imagem de arquivo) Cardeal Parolin preside Celebração Eucarística na Igreja de Santa Sofia em Roma (imagem de arquivo) 

Divina Liturgia abre Sínodo dos Bispos da Igreja Greco-Católica Ucraniana em Roma

No domingo, 3 de setembro, teve início em Roma o Sínodo dos Bispos da Igreja Greco-Católica Ucraniana 2023, cujo tema principal é “Assistência pastoral às vítimas da guerra”. Sua Beatitude Sviatoslav, Chefe e Pai da Igreja Greco-Católica Ucraniana, presidiu a Divina Liturgia na Hagia Sophia juntamente com bispos Ucranianos de todo o mundo. O arcebispo Claudio Gugerotti, Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais Católicas, deu as boas-vindas aos Bispos Sinodais.

Vatican News

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45 dos 55 bispos da Ucrânia, da Europa Central e Ocidental, da América do Norte e do Sul e da Austrália participam em Roma no Sínodo da Igreja Greco-Católica, aberto no domingo, 3, com uma Divina Liturgia presidida pelo arcebispo-mor de Kiev Sviatoslav Schevchuk na Igreja Santa Sofia. Sua Beatitude Sviatoslav definiu o Sínodo deste ano, o segundo durante a guerra na Ucrânia, como “Sínodo da esperança”.

Momento de manifestação do Espírito Santo

 

O primeiro sinal de esperança é que as atividades sinodais representem um momento de manifestação do Espírito Santo: "Sempre que a Igreja ou o povo passaram por momentos difíceis na sua história (comparáveis ​​ao que hoje definiríamos como momentos de crise), a Igreja convocou Sínodos e até Concílios. O atual encontro dos Apóstolos, dos nossos Bispos, representa um momento especial em que o Espírito Santo desce sobre a Igreja e sobre o povo... Reunidos neste Sínodo, nós, bispos, rezamos diante de Deus e pedimos ao Senhor: Deus, revela-nos a Tua vontade e concede-nos a coragem, a força necessária para cumpri-la incondicionalmente com confiança em Ti”.

O arcebispo greco-católico expressou com tristeza o fato de que muitas pessoas no mundo de hoje poderiam viver uma vida mais feliz e pacífica se a Ucrânia, o seu povo, o seu Estado e a nossa Igreja não existissem. Ele lembrou um ditado argentino: “Eu sou uma pedra no sapato” e observou que a Igreja Greco-Católica Ucraniana é de fato, hoje, uma “pedra no sapato para aqueles que gostariam de se concentrar em seus assuntos mundanos, negligenciando o chamado de Deus para o Reino Celestial tal como é."

“Participamos na celebração do Reino de Deus, e hoje a Ucrânia, a nossa Igreja e todos aqueles que defendem a verdade, o direito à vida e à existência, só podem colocar a sua esperança em Deus”, disse o chefe da Igreja Greco-Católica Ucraniana. “Nesta Igreja de Hagia Sophia, hoje nos voltamos para Deus com esta oração: "Deus, conceda-nos a Tua sabedoria divina!… Que nosso ilustre Patriarca Josyf Slipyj, o fundador deste santuário, esteja conosco e conceda hoje à sua Igreja a força do Teu Espírito e Tua palavra, para que não tenhamos medo de sermos um povo não só chamado, mas também escolhido. Um povo que Deus escolheu para uma missão especial no mundo moderno”.

À Urbe e à Orbe

 

O segundo sinal de esperança do Sínodo deste ano é que, reunidos em Roma, os bispos da Igreja Greco-Católica Ucraniana têm a oportunidade de se colocar num pedestal especial para fazer ouvir a sua voz de forma poderosa "Urbi et Orbi" dirigida à cidade de Roma, ao Santo Padre e ao mundo inteiro.

“No contexto atual, onde velhos impérios estão despertando e o agressor russo está travando uma guerra neocolonial na Ucrânia, é crucial que o mundo ouça a verdadeira história da Ucrânia, bem como a da Rússia e da Europa Oriental, e não a versão escrita pelos imperialistas colonizadores, mas a história contada e escrita com o sangue de povos privados da sua liberdade que, hoje, lutam pelo direito à existência, à liberdade, ao seu Estado ucraniano intacto e independente", - sublinhou Sua Beatitude Sviatoslav.

Receber do Papa um gesto de esperança

 

O terceiro sinal significativo de esperança é representado pela oportunidade que os bispos ucranianos têm de encontrar pessoalmente o Santo Padre e receber dele um gesto de esperança. "Sabemos que o Santo Padre é um grande mestre da escuta e dos gestos. Ele deseja ouvir o Sínodo dos bispos ucranianos. Convidou-nos expressamente para um encontro uma hora antes para dar a possibilidade não só ao Chefe da nossa Igreja, mas também a cada bispo da nossa Igreja para falar em nome do seu rebanho. E, como mestre da escuta, está pronto a ouvir-nos. E como mestre dos gestos, que às vezes podem ser mais eloquentes do que palavras escritas ou lidas, creio que nos dará um gesto de esperança", - disse o arcebispo-mor de Kiev.

Guerra ateia, um assassinato de Deus

 

Durante a sua saudação aos Padres Sinodais, o designado cardeal Claudio Gugerotti, prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais, estendeu as saudações do Papa Francisco aos bispos ucranianos reunidos em Roma, sublinhando firmemente que o carinho e o interesse do Papa pela Ucrânia permanecem constantes e inalterados ao longo do tempo.

“Olhando para cada um de vocês, vejo em seus olhos as imagens daqueles que morreram, que foram mortos, que sofreram e continuam a sofrer tanto espiritual como fisicamente”, disse o arcebispo, classificando a guerra na Ucrânia como “ateia” e “um assassinato de Deus”, porque “onde se mata a vida de um inocente, mata-se também a presença de Deus”.

Incansáveis trabalhadores das obras de misericórdia

 

O prefeito do Dicastério para as Igrejas Católicas Orientais assegurou que a Igreja de Roma e o Papa estão extremamente agradecidos à Igreja Greco-Católica Ucraniana por toda a ajuda e sacrifício que tem demonstrado pelo povo ucraniano: “Vocês são incansáveis ​​trabalhadores de obras de misericórdia. A sua tarefa é enxugar as lágrimas e consolar os que sofrem. Esta é a tarefa do povo de Deus e de quem segue a Deus e O imita”.

Na noite de 3 de setembro, os bispos reuniram-se para rezar ao Espírito Santo e prestaram o juramento sinodal. O Sínodo dos Bispos da Igreja Greco-Católica Ucraniana deste ano decorrerá até 13 de setembro de 2023.

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04 setembro 2023, 13:57