Paraguai: compromisso dos leigos de transformar a Igreja e a sociedade
Vatican News
O "estado crítico" do sistema educativo nacional, a situação da terra e dos territórios dos povos indígenas, as próximas eleições gerais em abril nas quais é necessário escolher pessoas honestas, adequadas à tarefa que assumem e de comprovada honestidade: estes foram os principais temas que os bispos do Paraguai abordaram na Assembleia Plenária da Conferência Episcopal, concluída na sexta-feira, 4 de novembro.
A Assembleia, que foi presidida pelo primeiro cardeal da história do país, dom Adalberto Martínez Flores, arcebispo de Assunção, realizou-se "no caminho para uma nova normalidade na era pós-pandêmica".
Caminho sinodal, "uma imensa graça de Deus"
Os bispos expressam sua gratidão "pela vida das famílias que cultivam o amor, o diálogo e a solidariedade", valores importantes para a sociedade, evidenciam "a inflação e a dificuldade de encontrar um emprego digno e seguro", e pedem um compromisso com a educação das novas gerações.
O caminho sinodal é definido como "uma imensa graça de Deus", que "mostra uma imagem de nossa Igreja em plena vida, com suas alegrias e tristezas, compartilhando sonhos e esperanças".
Trabalhar por um Pacto Nacional de Educação
Primeiramente, os bispos chamam a atenção para "a importância e a urgência de uma educação acessível e de qualidade", considerando "o estado crítico do sistema educacional nacional inegável". Portanto, é necessário trabalhar por um Pacto Nacional de Educação e uma formação abrangente que prepare as novas gerações para acompanhar e orientar o caminho presente e futuro do país.
O Plano Nacional de Transformação Educacional (PNTE) "gerou choques e cria insegurança", destacam os bispos, que reivindicam a aplicação dos valores inalienáveis da Constituição, como a dimensão transcendental, a família, a vida e a dignidade da pessoa.
A questão do latifúndio, causa de "dor e indignação"
A Pastoral Educativa da Conferência Episcopal convocou então as instituições educacionais católicas do país para um pré-Congresso este mês de novembro a fim de "iniciar uma análise e fornecer propostas sobre a educação no Paraguai".
A mensagem dos bispos menciona em seguida a questão da terra e dos territórios dos povos indígenas, uma situação que "causa dor e indignação": "não é possível continuar permitindo a acumulação de tanta terra nas mãos de poucos e privar uma grande maioria da possibilidade de sonhar e realizar uma vida digna na terra legalmente designada".
Refletir sobre em que tipo de sociedade estamos vivendo
Por esta razão, "os contínuos despejos das comunidades indígenas" e a violência das instituições estatais para realizá-los, "nos questionam e nos convidam a refletir sobre em que tipo de sociedade estamos vivendo".
Os bispos consideram que "o Estado deve manter uma posição firme e coerente com os povos indígenas, que têm um direito real e inviolável, reconhecido por inúmeras leis", e ao mesmo tempo convidam as comunidades e organizações indígenas a defenderem seus direitos "em diálogo com os órgãos governamentais".
Eleições gerais no país em abril do próximo ano
As eleições gerais serão realizadas no Paraguai em abril do próximo ano, para as quais os bispos apelam "a uma cultura do bem comum, a um exercício livre e responsável do direito e do dever de votar, a um debate saudável e construtivo sobre o futuro de nosso país".
O processo sinodal tem evidenciado a importância do diálogo social, de saber olhar para objetivos de justiça e paz, de caminhar juntos, não deixando ninguém para trás.
Construir juntos "um país mais humano e cristão"
Os leigos católicos, sobretudo neste Ano a eles dedicado pela Igreja do Paraguai, são chamados a serem "fermento de mudança e transformação na Igreja e na sociedade", "militantes apaixonados pela promoção e defesa da justiça, da verdade e da convivência fraterna na sociedade", olhando especialmente para os mais pobres e vulneráveis, procurando construir juntos "um país mais humano e cristão".
Na parte conclusiva da mensagem, os bispos informam que durante a assembléia rezaram pelos sequestrados e desaparecidos, compartilhando o sofrimento das famílias, e convidam todos a participar do Censo nacional, "um instrumento muito importante para fundar e orientar as futuras políticas públicas", invocando a bênção de Nossa Senhora de Caacupé para o povo paraguaio.
(com Fides)
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui