Cresce preocupação com freiras e diáconos presos na Etiópia
“Estamos sempre em situação de extrema ansiedade. Ainda não sabemos nada sobre os motivos da prisão da nossa irmã, das outras freiras e dos diáconos. Não sabemos sobre seu destino, estado de saúde e onde estão detidos. Nesse meio tempo os dias passam rapidamente e a preocupação aumenta”, resume à Agência Fides a superiora geral das Irmãs Ursolinas de Gandino, madre Raffaela Pedrini. A religiosa não esconde a crescente preocupação após a prisão há duas semanas da irmã Abrehet Teserma, professora da creche de Shola, em Addis Abeba. Irmã Abrehet foi levada no dia 30 de novembro por forças policiais do governo, juntamente com outras cinco irmãs das Filhas da Caridade de São Vicente e dois diáconos.
“Converso todos os dias com a nossa responsável em Adis Abeba, irmã Abrehet Cahasai – acrescenta madre Pedrini – mas a resposta é sempre a mesma. Não existem novidades. Às nossas orações deste tempo de Advento, naturalmente acrescentamos essa pela libertação de todas as irmãs e diáconos. Acompanhamos em particular o destino da nossa irmã Abrehet Teserma, esperando poder festejar o Santo Natal com ela. Por enquanto, nada sabemos e nem queremos especular sobre os motivos do ato bem seus desdobramentos, enquanto não forem claros ou consistentes”.
A situação de um aumento progressivo nas tensões em todo o grande país do Chifre da África não faz outra coisa senão crescer as preocupações pelo destino das religiosas e religiosos presos. A Etiópia está mergulhada há mais de um ano em uma terrível guerra que supera as fronteiras da região do Tigray.
O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali, que também assinou acordos militares com a Rússia e China, reforçou seu arsenal e reconquistou duas cidades antes tomadas pelos rebeldes da Frente Popular de Libertação do Tigray, Dessie, Komolcha, na região de Amhara.
As atrocidades cometidas pelo exército regular e pelos rebeldes estão na ordem do dia e são jogadas as últimas cartas pela comunidade internacional para deter a escalada do conflito.
Nessa direção insere-se o apelo dos líderes religiosos do Tigray, que se dirigiram ao Papa, nos primeiros dias de dezembro, para fazer ouvir sua voz.
“Ainda não nos dirigimos diretamente à Santa Sé - conclui a superiora - embora, obviamente, eles estejam acompanhando o caso. Também iniciamos o contato com a secretaria da Igreja Católica em Addis Abeba, para buscar apoio e tentar obter notícias, mas mesmo ali existem dificuldades e atualmente estamos, como nos primeiros dias, sem qualquer comunicação. Permanecemos em constante contato também com eles, estamos certos que estejam tentando libertar e salvar os diáconos e as religiosas”.
*Com Agência Fides
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