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Plantação de trigo na Ucrânia Plantação de trigo na Ucrânia 

Cardeal Parolin: o trigo não deve ser usado como arma política e militar

O Secretário de Estado falou na 2ª Conferência Nacional da Cooperação ao Desenvolvimento em Roma. Sobre o envio de armas para a Ucrânia: "Com armas não se constrói a paz. A perspectiva de adesão à União Europeia é motivo de encorajamento e apoio".

Salvatore Cernuzio – Vatican News

"A guerra está na nossa casa, o conflito na Ucrânia, como outros conflitos, nos mostra como a guerra agrava a tragédia da fome e cria o subdesenvolvimento". São palavras do cardeal Pietro Parolin na 2ª Conferência Nacional da Cooperação ao Desenvolvimento (Coopera) em Roma nesta quinta-feira (23). O cardeal chamou a atenção para uma das consequências mais dramáticas que as violências na Europa Oriental está causando no mundo: a crise alimentar que ameaça levar milhões de pessoas à fome.

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Uma grande vontade política

"A solução imediata é somente com a diplomacia", disse o cardeal à margem da conferência, pedindo o mais rápido possível o "desbloqueio da partida do trigo e sua distribuição às pessoas que dele necessitam". "É realmente necessária uma grande vontade política por parte de todos e acima de tudo eu diria que é importante não ligar as coisas, ou seja, não usar o trigo como arma política e militar".

Envio de armas para Kiev

Parolin também respondeu à questão do envio de armas para Kiev que está sendo discutida no Parlamento italiano nestes dias: "Certamente", disse o Secretário de Estado do Vaticano, "a paz não pode ser construída com armas. Entretanto, este discurso, como sempre repeti, deve ser enquadrado no contexto da questão da legítima defesa e das condições em que esta legítima defesa pode ser realizada".

A entrada da Ucrânia na União Europeia

O cardeal, que vê a possível entrada da Ucrânia à UE como "um motivo de encorajamento e apoio" para o país, disse que não vê "nenhuma novidade" na perspectiva da paz: "Lamento dizer sempre que não há nada de novo. Estamos sempre abertos e esperançosos de que algo possa acontecer, mas até agora não há sinais".

Sem disputas políticas na Igreja

O Cardeal também advertiu que sejam evitadas "disputas políticas" na Igreja. Mesmo que, assinalou, "sem descer no terreno político, partidário, sectário, a Igreja tem a liberdade, ou mesmo o dever, de tocar em temas que são fundamentais em relação ao homem, a sua dignidade, a sua defesa de seus direitos e a sua defesa antropológica. O discurso de expressar-se é válido".

Uma única família humana

Parolin recordou também as palavras do Papa proferidas no momento mais difícil da pandemia: "Pensávamos que éramos todo-poderosos, quando em vez disso estamos todos no mesmo barco". Uma reflexão de puro realismo que se traduz no desejo de que possa ser estabelecido no mundo um "clima de pertença à única família humana".

Pessoas, paz, planeta, prosperidade, parceria

O cardeal indicou cinco palavras para o futuro do mundo: '5 Pês: povo, paz, planeta, prosperidade, parceria', ou seja, os cinco caminhos para "progredir rumo a uma ordem social e política cuja alma seja a caridade social" e para iniciar um "diálogo no horizonte da fraternidade universal". Para fazer isso, diz Parolin, ainda citando o Papa, "é necessária uma melhor política a serviço do bem comum".

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23 junho 2022, 13:33