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Pistas para uma Igreja em estado permanente de missão

"O cristão é convidado a comprometer-se na missão, como tarefa diária, em levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos, de modo informal, durante uma conversa, espontaneamente, em qualquer lugar, de modo respeitoso e amável."

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

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As atuais Diretrizes da CNBB (2019-2023), no Pilar da Ação Missionária, destacam a expressão Igreja em estado permanente de missão que já havia sido usada nas diretrizes anteriores (2015-2019): “Uma Igreja em estado permanente de missão nos leva a assumir a missão ad gentes, dando “de nossa pobreza”, em outras regiões e além-fronteiras. Uma Igreja Particular não pode esperar atingir a plena maturidade eclesial para, só então, começar a se preocupar com a missão para além de seu território. Através dos Conselhos Missionários, cada diocese é chamada a articular e animar as iniciativas de missão em seu território, com abertura à missão além-fronteiras”. Para aprofundar este tema, no contexto dos programas sobre o “Pilar Missão da Igreja-casa”, padre Gerson Schmidt* nos fala hoje sobre “Pistas para uma Igreja em estado permanente de missão”:

 

“Aprofundemos ainda mais o aspecto da Igreja em estado permanente de missão. Os bispos sugerem pistas de ação concreta nesse aspecto nas DGAE. Continuam os bispos do Brasil dizendo assim: “Se podemos nos imaginar comunidade de fé, que segue os passos de Cristo Jesus e busca nele o seu modelo de vida, se vamos ao encontro do outro, no seu lugar concreto, anunciando o próprio Senhor com sua presença amorosa. Uma palavra que seja vida é a mais eloquente ação missionária. É esta presença e este testemunho que o mundo espera das comunidades cristas. Um desejo de “cheiro de ovelha” deve permear toda missão e preparar o caminho para o anuncio explicito de Jesus-Cristo” (DGAE, 188). O envio de Jesus é um chamado para todos e todas, para uma inclusão e participação efetiva nas Comunidades Eclesiais Missionárias: deve ser meta das comunidades cristãs consolidar a mentalidade missionária.

A comunidade expressa sua missionariedade quando o ser humano e a humanização das relações sociais” (CNBB, Doc. 100, nº 185) tais como gestos de acolhida, amparo na tribulação, consolação no luto, defesa de direitos e sede de justiça. Para ser missionária, a comunidade eclesial necessita se inserir ativa e coerentemente nos novos areópagos, dentre os quais as redes sociais, tendo um olhar propositivo diante da cultura urbana e as especificidades da regionalidade amazônica (cf. DGAE, nº 117- 118). Portanto, o cristão é convidado a comprometer-se na missão, como tarefa diária, em levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos, de modo informal, durante uma conversa, espontaneamente, em qualquer lugar, de modo respeitoso e amável. O primeiro momento é o diálogo, que estimula a partilhar as alegrias, esperanças e preocupações; o segundo é a apresentação da Palavra, sempre recordando o anúncio fundamental: o amor de Deus que se fez homem, morreu por nós, e nos oferece a salvação e sua amizade; por fim, se parecer prudente e houver condições, é bom que esse encontro fraterno e missionário se conclua com uma breve oração que se relacione com as preocupações que a pessoa manifestou (cf. EG nº 127-128; DGAE, nº 187). Priorizar a pessoa como objetivo da ação missionária. A Cultura do Encontro deve ser o pano de fundo para a Igreja em estado de missão permanente.

Para haver uma consciência de uma Igreja em estado permanente de missão, é necessário – dizem os bispos brasileiros – ir além de uma pastoral de manutenção e se abrindo a urna autentica conversão pastoral (DAp, n.366 e 370). Novos lugares, novos horários, linguagem renovada e pastoral adequada as novas demandas da população.  É preciso acompanhar de perto a realidade urbana com a criação de organismos semelhantes que percebam os ritmos de vida das cidades, suas tendências e alterações(190); estabelecer um cronograma de visitas, de modo que se possa acompanhar e estimular a formação de novas comunidades, sempre alicerçadas na Palavra, no Pão e na  Caridade(191); favorecer  a  missão  e  a  comunhão  pastoral  entre as Igrejas que atuam nas grandes metrópoles brasileiras(192); dinamizar ainda mais as ações ad gentes com o intercâmbio além-fronteiras de discípulos e o revigoramento da experiência das Igrejas-Irmãs(193). Segundo as diretrizes atuais é preciso ter uma prioridade pastoral histórica no investimento de tempo, energia e recursos com os jovens. Formar acompanhadores de jovens, promover missões juvenis em vista da renovação de experiências de fé e de projetos vocacionais e abrir espaços para que os jovens criem novas formas de missão, por exemplo, nas redes sociais (ChV, n. 240, 241 e 246).

Também é necessário investir na presença nos Meios de Comunicação Social, especialmente nas redes sociais, deve ser um constante desafio aceito pelas comunidades e vivenciado de modo testemunhal e missionário. As redes sociais "constituem uma extraordinária oportunidade de diálogo, encontro e intercâmbio entre as pessoas. A web e as redes sociais criaram uma nova maneira de comunicar-se”. Valorizar, urgentemente, como espaços missionários os hospitais, as escolas e as universidades, o mundo da cultura e das ciências, OS presídios e outros lugares (DGAE, 195-196). Os bispos falam da cultura do encontro, da implantação e aperfeiçoamento dos conselhos missionários, da promoção das Pontifícias Obras Missionarias, organismo oficial da Igreja Católica, da valorização a dimensão mariana e outras formas de piedade popular na evangelização e missionariedade da Igreja, considerando que Maria foi a primeira missionária, que animou os discípulos na comunidade primitiva, com sua presença, fé e esperança (DGAE, 197-202).”

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

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27 abril 2022, 08:27