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Cardeal Pietro Parolin na Expo Dubai 2020 Cardeal Pietro Parolin na Expo Dubai 2020 

Parolin na Expo 2020 em Dubai: conhecer-se melhor para contribuir para a paz global

O discurso do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Parolin, por ocasião do Dia Nacional da Santa Sé na Expo 2020 em Dubai: o encontro é a pedra angular da convivência pacífica.

Tiziana Campisi - Cidade do Vaticano

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Busca do diálogo, partilha e paz internacional, temas que marcaram o pronunciamento do cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, por ocasião do Dia Nacional da Santa Sé na Expo 2020, que terminará em 31 de março.

Antes de tudo, o purpurado dirige ao país as felicitações do Papa, e as suas, no cinquentenário de sua fundação e expressa a esperança de que o povo dos Emirados e aqueles que lá trabalham sejam abençoados com paz e prosperidade. Em seguida, recorda a histórica visita apostólica de Francisco em fevereiro de 2019 e a calorosa acolhida e hospitalidade que lhe foram reservadas.

Relações entre a Santa Sé e os Emirados Árabes Unidos

 

O cardeal Parolin destaca a estima da Santa Sé pelos Emirados Árabes Unidos e aponta os muitos laços que foram criados e os valores reconhecidos por ambas as partes como pontos de referência fundamentais, apesar da diversidade de raízes culturais e crenças religiosas, e o compromisso na busca de convergências que possam contribuir para a paz da comunidade internacional. Em seguida, fala das relações diplomáticas estabelecidas há 15 anos entre a Santa Sé e os Emirados Árabes Unidos, que agora atingiram uma nova fase com a recente abertura da Nunciatura Apostólica em Abu Dhabi.

O significado da Santa Sé na Expo de Dubai

 

A respeito da presença da Santa Sé na Expo de Dubai, o cardeal secretário de Estado especifica que é essencialmente simbólica e cultural, sem fins comerciais, destinada a promover o ideal de convivência pacífica entre diferentes nações, culturas e religiões.

A Santa Sé está firmemente empenhada em promover este ideal a nível sociocultural, educativo, diplomático e religioso, para que a concórdia e a harmonia possam ser verdadeiramente alcançadas para todos os membros da família humana.

O cardeal acrescenta que esta necessidade de paz é particularmente sentida no contexto dos múltiplos conflitos atuais em várias partes do mundo e cita a tragédia da guerra na Ucrânia, que está causando tantas mortes, destruição e miséria.

O papel das religiões e instituições por uma coexistência pacífica

 

O cardeal Parolin defende que toda convivência pacífica deve ser precedida e fundamentada no compromisso de partilha e que para isso é necessário o diálogo. Além disso, afirma que as religiões e suas instituições podem e devem assumir a missão de serem catalisadoras do processo vital de sensibilização e formação das consciências e especifica que o Pavilhão da Santa Sé evoca uma capacidade fecunda de diálogo, encontro e amizade nos acontecimentos históricos que envolveram São Francisco de Assis e o sultão do Egito al-Malik al-Kāmil, que em 1219 deixaram de lado suas diferenças para entrar em diálogo, marcando uma nova abertura entre nossas culturas e religiões, e ainda o Papa Francisco e o Grão Imame de al-Azhar, Ahmed al-Tayeb, que em 4 de fevereiro de 2019, em Abu Dhabi, assinaram o Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da Paz Mundial e da coexistência comum. Um documento que o cardeal secretário de Estado define como um apelo profético, que convida todos os povos a um diálogo que vai além da simples tolerância e que estabelece sentimentos e relações de respeito mútuo e verdadeira fraternidade, animado por uma firme rejeição de toda forma de inimizade e extremismo político ou religioso.

A fraternidade humana e a importância da educação

 

Entre os frutos do Documento sobre a fraternidade humana, o cardeal cita o Comitê Superior da Fraternidade Humana, presidido pelo cardeal Miguel Angel Ayuso Guixot, presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, a iniciativa para a construção da "Casa da Família Abraão", e o estabelecimento do Dia Internacional da Fraternidade Humana.

O cardeal Parolin fala então da importância da educação e de seu poder social e cultural, do desejo inato de conhecimento, que orienta para a busca do bem, do belo, do verdadeiro, que também eleva ao transcendente e menciona o memorando de intenções entre o Ministério da Educação dos Emirados Árabes Unidos e a Congregação para a Educação Católica, que promove uma série de projetos e iniciativas que visam formar uma aliança educativa para o respeito dos direitos humanos, o compromisso com o meio ambiente e o princípio da solidariedade.

Por fim, o cardeal secretário de Estado conclui seu discurso observando a coincidência do Dia da Santa Sé na Expo 2020 com a data do início do pontificado do Papa Francisco, 19 de março de 2013, esperando que sua grande sensibilidade ao diálogo e a construção de uma sociedade baseada na paz, na igualdade e no respeito pela dignidade e pelos direitos humanos possam inspirar-nos a construir pontes para aproximar as pessoas e redescobrir o que verdadeiramente nos faz irmãos e irmãs.

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20 março 2022, 07:35