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Roupa de crianças indígenas pendurada em uma cruz de madeira, marca local onde foram encontradas 215 sepulturas anônimas na Colúmbia Britânica Roupa de crianças indígenas pendurada em uma cruz de madeira, marca local onde foram encontradas 215 sepulturas anônimas na Colúmbia Britânica 

Sala de Imprensa confirma datas do encontro do Papa com indígenas canadenses

Em maio de 2021, foram descobertos inicialmente os restos mortais de 215 crianças indígenas em sepulturas anônimas na Colúmbia Britânica, nas proximidades do que antes era a Escola Residencial Indígena Kamloops, instituição pertencente à rede de escolas administrada pela Igreja Católica e destinada à educação de crianças indígenas. Posteriormente foram feitas novas descobertas "desconcertantes", como as havia definido o Papa Francisco no Angelus.

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

A Sala de Imprensa da Santa Sé confirmou nesta quarta-feira que o Papa Francisco encontrará nos dias 28 e 31 de março cada uma das delegações dos povos indígenas canadenses, acompanhados por seus próprios bispos, para ouvir seus testemunhos.

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Já no dia 1º de abril – precisa a nota do diretor, Matteo Bruni - a Audiência terá lugar na Sala Clementina do Palácio Apostólico, “com a participação conjunta das várias delegações e da Conferência Episcopal do Canadá, durante a qual o Papa poderá discursar.”

 

Em junho de 2021, a Conferência Episcopal do Canadá havia anunciado que o Santo Padre receberia de 17 a 20 de dezembro uma delegação dos povos indígenas canadenses. O encontro acabou sendo adiado duas semanas antes em função da nova onda de contágios do coronavírus.

"O Papa Francisco – escreveram na ocasião os bispos - está profundamente comprometido em escutar diretamente os povos indígenas, expressando sua proximidade sincera, abordando o impacto da colonização e o papel da Igreja no sistema escolar residencial, na esperança de responder ao sofrimento dos povos indígenas". O objetivo desta iniciativa é "promover encontros significativos de diálogo e cura".

De fato, a descoberta em maio de 2021 de centenas de sepulturas anônimas em terrenos de escolas residenciais para crianças indígenas na Colúmbia Britânica, provocou uma onda de indignação e revolta. Os restos mortais foram descobertos nas proximidades do que antes era a Kamloops Indian Residential School (“Escola Residencial Indígena Kamloops”), uma instituição pertencente à rede de escolas administrada pela Igreja Católica.

 

No Angelus de 6 de junho, o Papa Francisco disse acompanhar com tristeza as notícias sobre a “descoberta desconcertante dos restos mortais de duzentas e quinze crianças, alunos da Kamloops Indian Residential School na província de British Columbia.”

Unindo-se aos bispos canadenses e a toda a Igreja católica no Canadá, o Pontífice expressou na ocasião sua proximidade ao povo canadense, “que ficou traumatizado com a notícia chocante”.

“A triste descoberta – completou - aumenta ainda mais a consciência das dores e dos sofrimentos do passado. As Autoridades políticas e religiosas do Canadá continuem a colaborar com determinação para esclarecer esta triste vicissitude e para se empenhar humildemente num caminho de reconciliação e de cura. Estes momentos difíceis constituem uma forte exortação para que todos se afastem do modelo colonizador e caminhem lado a lado no diálogo, no respeito recíproco e no reconhecimento dos direitos e dos valores culturais de todas as filhas e filhos do Canadá. Confiemos ao Senhor a alma de todas as crianças que morreram nas escolas residenciais do Canadá e oremos pelas famílias e comunidades autóctones do Canadá, acometidas pela dor. Rezemos em silêncio!"

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23 março 2022, 14:38