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Papa Francisco na visita ao Monasteiro Khor Virap, Armênia, em 26/6/2016 Papa Francisco na visita ao Monasteiro Khor Virap, Armênia, em 26/6/2016 

Armênia: nova sede da Nunciatura Apostólica em Yerevan

A nova residência foi inaugurada nesta quarta-feira pelo substituto da Secretaria de Estado, Dom Peña Parra. Não substitui a residência oficial em Tbilisi, Geórgia, mas representa uma localização provisória em vista de uma organização mais ampla para apoiar os múltiplos compromissos da missão da Santa Sé e da Igreja Católica no país.

Salvatore Cernuzio - Cidade do Vaticano

Enquanto se celebram os trinta anos de relações diplomáticas entre a Santa Sé e a República Armênia, uma nova sede da Nunciatura Apostólica da Geórgia e da Armênia foi inaugurada nesta quarta-feira na North Avenue, na capital Yerevan. A inauguração do novo escritório - que não substitui a residência oficial em Tbilisi, Geórgia – contou com a presença do substituto da Secretaria de Estado, Dom Edgar Peña Parra.

A abertura da sede em Yerevan representa uma localização provisória em vista de uma organização mais ampla, a fim de ter espaço suficiente para apoiar de forma adequada os múltiplos compromissos da missão da Santa Sé e da Igreja Católica na República da Armênia. Para a Santa Sé, é mais uma oportunidade de olhar para "a construção de uma relação próspera em benefício de todos os armênios".

Relações antigas

 

A Nunciatura Apostólica da Armênia foi instituída em 24 de maio de 1992 com a Carta Apostólica Armeniam Nationem de São João Paulo II, que visitou o país em setembro de 2001. As relações entre a Igreja de Roma e a Armênia são muito antigas, remontam quase às origens do próprio cristianismo, quando a fé em Jesus se propaga de Jerusalém para o "mundo conhecido", onde os encontros e as trocas comerciais e culturais entre os povos tornaram-se uma ocasião para questões que tocavam o "sentido" da vida e da existência.

Ao longo dos séculos, esta antiga e prolífica relação entre a Armênia e a Santa Sé continuou a se fortalecer. As modernas relações diplomáticas oficiais tiveram em 23 de maio de 1992, quando a República Armênia conquistou a independência. Desde então, a Santa Sé tem mantido continuamente representantes diplomáticos para promover tais relações, junto com outras iniciativas e canais de várias instituições católicas. O primeiro núncio apostólico nomeado na Armênia foi Dom Jean-Paul Aimé Gobel (1993-1997), o atual representante do Papa é Dom José A. Bettencourt (a partir de 2018).

O trabalho das realidades católicas

 

Ao longo dos anos, a relação entre a Santa Sé e a Armênia também se concretizou com o trabalho e a presença da Congregação Mequitarista, das Irmãs Armênias da Imaculada Conceição, do clero do Ordinariato para os católicos de rito armênio na Europa Oriental, das Irmãs da Caridade de Madre Teresa em Spitak e Yerevan, os Padres Camilianos do Hospital “Redemptoris Mater” de Ashotzk - construído após o terremoto de 1988 - e a Caritas Armênia.

Estas são apenas algumas das realidades católicas mais conhecidas, que contam com os recursos e o apoio da Igreja Católica mundial e que, ao longo dos anos, têm prestado um apoio válido à missão dos Núncios no país, que sempre puderam contar com a generosidade e o apoio dos arcebispos armênio-católicos que se sucederam no Ordinariato.

Em 2019, durante sua visita à Armênia, o secretário para as Relações com os Estados, arcebispo Paul Richard Gallagher, afirmou: "A intenção de todas as comunidades católicas presentes na Armênia - a armênia-católica, a de rito romano e aquelas de outros ritos - é a de trabalhar para o bem-estar da sociedade armênia como um todo. Nossas comunidades continuam a fazê-lo por meio de suas atividades nos campos espiritual, cultural, educacional, caritativo e humanitário”.

A visita do Papa Francisco em 2016

 

O Papa Francisco visitou a Armênia de 24 a 26 de junho de 2016. Encontrando naquela ocasião as autoridades civis e membros do corpo diplomático, o Pontífice havia recordado a história do país, marcada por Metz Yeghérn, (o Grande Mal), que sempre caminhou "lado a lado com a sua identidade cristã, preservada no decurso dos séculos”.  

“Esta identidade cristã – afirmou Francisco - longe de obstaculizar a sã laicidade do Estado, exige-a e alimenta-a, estimulando a cidadania participativa de todos os membros da sociedade, a liberdade religiosa e o respeito pelas minorias. A coesão de todos os armênios e o maior esforço por identificar estradas úteis para superar as tensões com alguns países vizinhos tornarão mais fácil realizar estes objetivos importantes, inaugurando uma época de verdadeiro renascimento para a Arménia.".

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27 outubro 2021, 09:44