Papa na República Centro-Africana Papa na República Centro-Africana 

90 anos da Rádio Vaticano: as palavras do Papa ao coração da África

Esta semana marca o 90º aniversário da Rádio Vaticano, que foi inaugurada em 12 de fevereiro de 1931. Desde sua fundação, o objetivo da emissora sempre foi o de levar a voz do Papa para os países mais distantes do mundo. O testemunho do missionário carmelita Padre Aurélio Gazzera, da República Centro-Africana.

Marina Tomarro – Vatican News

Da África à Ásia e à distante Oceania, a voz dos oito Papas que, desde o nascimento da Rádio Vaticano, dos últimos 90 anos, tem viajado graças às ondas e rádio até os confins da terra trazendo, mesmo nas situações mais difíceis, conforto e esperança. Como o precioso testemunho do Padre Pierluigi Macalli, divulgado em 8 de outubro passado, após ter sido sequestrado no Níger em 17 de setembro de 2018, que relatou que nos últimos quatro meses de prisão, graças a um pequeno rádio recebido dos sequestradores, ele pôde ouvir a Rádio Vaticano, encontrando conforto nos momentos mais sombrios.

"Eles nos deram um pequeno rádio em 20 de maio", conta Padre Macalli à Rádio Vaticano, "precisamente, graças à providência, no dia do meu aniversário". Claro que eu teria preferido que eles nos tivessem dado a notícia da libertação que, em vez disso, tivemos que esperar, mas todas as noites eu ouvia a Rádio Vaticano e, sobretudo aos sábados, me dava grande inspiração espiritual do Evangelho que eu não tinha à mão".

A carícia do Papa à República Centro-Africana

E há muitos missionários na África que todos os dias sintonizam nossas frequências para poder ouvir a voz do Papa e da Igreja no mundo e ser uma única família. Assim nos diz o missionário carmelita Padre Aurélio Gazzera, que trabalha na República Centro-Africana há mais de dezessete anos. "Para mim pessoalmente é uma grande ajuda - ele explica - especialmente porque há muita sensibilidade sobre a África, sobre a missão e sobre a África Central em particular, e isto nos permite ter boa visibilidade e nos ajuda a destacar não apenas as dificuldades, mas também a alegria das coisas boas que acontecem".

Qual é a importância dessa ligação com a Santa Sé?

Pe. Gazzera: Para nós é importante porque nos sentimos verdadeiramente parte desta grande família que é a Igreja Católica. Nós também temos uma estação de rádio diocesana, a Rádio Siri, que reproduz algumas notícias e transmissões da Rádio Vaticano.

Muitas vezes o Papa está perto de vocês através de suas orações. O que essa proximidade significa para vocês?

Pe. Gazzera: Isso significa muito, porque o nosso é um dos últimos países do mundo em todos os rankings, e muitas vezes se mostra pouco interesse pelos acontecimentos daqui. Portanto, o fato de termos uma voz como a do Papa que atrai a atenção mundial é de grande apoio.

Há algum momento em que, dos eventos seguidos pela Rádio, o senhor lembra com particular emoção?

Pe. Gazzera: Lembro-me, por exemplo, da eleição do novo Papa, quando tentamos nos organizar para poder ouvir as notícias, e isto aconteceu especialmente quando não havia internet. Agora é tudo mais fácil. Houve também uma grande emoção quando o Papa anunciou que o Arcebispo de Bangui se tornaria cardeal, como também o anúncio da visita de Francisco ao nosso país. Todas estas são lembranças que permaneceram em meu coração.

Como é vista a Rádio Vaticano pela população local?

Pe. Gazzera: É ouvida como rádio do Papa, portanto é a proximidade do coração da Igreja com o coração da África e da África Central. Em sango, a língua principal deste país, a palavra África-central significa precisamente "coração da África" e o Papa Francisco, quando veio a Bangui disse: tenham orgulho do significado do nome em sua língua, porque significa que vocês são o coração da África. Isto ficou no coração de muitas pessoas e estamos tentando dar o fruto disso, mesmo que a situação no país seja atualmente muito complicada.

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09 fevereiro 2021, 12:27