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"A Unção dos Enfermos «não é sacramento só dos que estão prestes a morrer. Por isso, o tempo oportuno para a receber é certamente quando o fiel começa, por doença ou por velhice, a estar em perigo de morte»" "A Unção dos Enfermos «não é sacramento só dos que estão prestes a morrer. Por isso, o tempo oportuno para a receber é certamente quando o fiel começa, por doença ou por velhice, a estar em perigo de morte»" 

Rito para os enfermos

"A Igreja crê e confessa que, entre os sete sacramentos, há um, especialmente destinado a reconfortar os que se encontram sob a provação da doença: a Unção dos enfermos: «Esta santa unção dos enfermos foi instituída por Cristo nosso Senhor como sacramento do Novo Testamento, verdadeira e propriamente dito, insinuado por São Marcos (120), mas recomendado aos fiéis e promulgado por São Tiago, apóstolo e irmão do Senhor» (121) - CIC 1511

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos falar hoje sobre “rito para os enfermos”.

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«Pela santa Unção dos Enfermos e pela oração dos presbíteros, toda a Igreja encomenda os doentes ao Senhor, sofredor e glorificado, para que os alivie e os salve: mais ainda, exorta-os a que, associando-se livremente à paixão e morte de Cristo, concorram para o bem do povo de Deus», diz o Catecismo da Igreja Católica no número 1499 do Artigo 5, ao falar sobre a Unção dos Enfermos, seus fundamentos na economia da salvação, quem recebe e quem administra este sacramento, como é celebrado, os efeitos da celebração, o “Viático”, último sacramento do cristão.

Padre Gerson Schmidt*, que tem nos acompanhado na exposição dos documentos conciliares, nos propõe hoje uma reflexão sobre este tema, inspirado na Constituição Sacrosanctum Concilium:

 

"O Sacramento da unção dos enfermos antigamente era chamado de “extrema unção”, unção que se fazia unicamente em condições extremas de perigo de morte. Era a unção em casos extremos. Essa terminologia e conceito foi mudado pelo Concílio. Sobre esse sacramento, nos aponta a Constituição Sacrosanctum Concilium nos números 73-75, dizendo assim:"

73. A “extrema-unção”, que também e melhor pode ser chamada “unção dos enfermos” não é um sacramento só dos que estão no fim da vida. É já certamente tempo oportuno para a receber quando o fiel começa, por doença ou por velhice, a estar em perigo de morte.

74. Além dos ritos separados da unção dos enfermos e do viático, componha-se um “rito continuado” em que a unção se administre ao doente depois da confissão e antes da recepção do viático.

75. O número das unções deve regular-se pela oportunidade. Revejam-se as orações do rito da unção dos enfermos, de modo que correspondam às diversas condições dos que recebem este sacramento.

A Constituição Apostólica de Paulo VI Sacram Unctionem infirmorum teve como objetivo aprovar as mudanças mais importantes introduzidas no rito, sobretudo nas palavras da fórmula sacramental, a fim de que exprimisse mais claramente o efeito do sacramento, que é de conferir ao doente as graças convenientes ao seu estado. Elas estão indicadas na carta de São Tiago, constantemente citadas pelo magistério e pelos livros litúrgicos: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com o óleo em nome do Senhor; E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados”(Tg 5,14-15).

A nova fórmula sacramental da Unção dos Enfermos ficou assim estabelecida: “Por esta santa unção e pela Sua infinita misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que, liberto dos teus pecados, Ele te salve e, na Sua misericórdia, alivie os teus sofrimentos”. Essa fórmula diz que a graça conferida é obra do Espírito Santo, afirmando que o sacramento da unção é remédio para a alma e para o corpo. Ele tem eficácia penitencial, a ponto de suprir a confissão, quando esta não for possível, trazendo a graça da saúde, do conforto e do alívio espiritual.

Diz o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica que "A compaixão de Jesus pelos doentes e as numerosas curas de enfermos são um claro sinal de que, com Ele, chegou o Reino de Deus e a vitória sobre o pecado, o sofrimento e a morte. Com a sua paixão e morte, Ele dá um novo sentido ao sofrimento, o qual, se unido ao seu, pode ser meio de purificação e de salvação para nós e para os outros." (CIC, 314) e "A Igreja, tendo recebido do Senhor a ordem de curar os enfermos, procura pô-la em prática com os cuidados para com os doentes, acompanhados da oração de intercessão”. 

* Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS. 

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30 setembro 2020, 09:29