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Cardeal Ravasi: os desafios devem ser enfrentados juntos

O cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura participou da inauguração de um curso sobre a liderança discernente organizado pela Companhia de Jesus que se realiza de 22 -25 de setembro em Roma. Também estava presente o Prepósito-geral dos jesuítas padre Arturo Sosa Abascal que deu início ao curso

Vatican News

“As características do horizonte em que entramos não podem ser tratadas por uma única Igreja, as mudanças de paradigma não podem ser resolvidas por uma única comunidade. A abordagem da cultura contemporânea deve ser um evento sinodal”. São palavras do Cardeal Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, durante a primeira sessão do curso “Discerning leadership” na Cúria Geral dos Jesuítas de 22-25 de setembro em Roma. A iniciativa visa combinar as melhores práticas de liderança e gestão contemporânea com os recursos da espiritualidade católica.

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Necessidade da sinodalidade

Partindo de quatro episódios das Sagradas Escrituras - os 70 juízes-senadores de Moisés, o Concílio de Jerusalém, as palavras de São Paulo aos Coríntios e, por fim, o Evangelho de João - o cardeal explicou como a necessidade de sinodalidade seja um tema que diz respeito a todas as épocas. Em seguida o cardeal se deteu sobre alguns temas que hoje "envolvem nosso compromisso". "A atmosfera atual que respiramos apresenta algumas características que são cada vez mais dominantes", indicou o cardeal, evocando em particular o secularismo, a globalização, a reação à globalização, o localismo, a soberania, todos "fenômenos epocais".

Indiferença ética

"Pensemos também no que significa o fenômeno da indiferença ética", continuou ele, "não mais o ateísmo teórico dominante e refinado, mas o do apateísmo, uma espécie de nebulosa na qual todos os valores são dissolvidos". Outros desafios atuais para os cristãos são a nova rede de comunicação, a economia global, o transumanismo. "Vivemos em um tempo completamente novo, com uma mudança de época, diante do qual todas as religiões se encontram um pouco constrangidas", comentou o Cardeal Ravasi.

Na conclusão de seu discurso, o Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura salientou que "nossa antropologia atual é sinodal por duas razões". Por um lado, cognitivo: não sabemos através de um único canal, mas com filosofia, arte, ciência... Por outro, relacional: o homem sobe na direção de Deus, desce para encontrar os animais, a terra, e horizontalmente, caminha com o outro. "Juntos", insistiu ele, "devemos entrar na comunidade da modernidade".

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23 setembro 2020, 10:30