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Cardeal Ayuso Guixot: unidade, solidariedade e fraternidade

“Dependemos uns dos outros. Nesta pandemia demo-nos conta que somos debilitados e frágeis”. Discurso do cardeal Miguel Ángel Ayuso Guixot, em uma videoconferência organizada pela ONU

Amedeo Lomonaco - Cidade do Vaticano

27 de março de 2020. A Praça São Pedro vazia e flagelada pelo vento e a chuva durante o momento extraordinário de oração em tempo de pandemia presidida pelo Papa Francisco. Esta é a inesquecível imagem com a qual o cardeal Miguel Ángel Ayuso Guixot, presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso dá início ao seu pronunciamento na videoconferência promovida pela ONU.

Falando sobre o tema “O papel dos líderes religiosos ao enfrentar os desafios ligados à Covid-19”, o cardeal recordou as palavras pronunciadas pelo Papa na ocasião: “Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento”. No seu discurso o Cardeal indicou três pontos centrais: unidade, solidariedade e fraternidade.

Unidade

“Temos que recordar – disse o cardeal Ayuso – que na base da nossa colaboração e do nosso diálogo temos a raiz comum da nossa humanidade; todos fazemos parte da família humana”. E acrescentou: “Creio que nos tornamos mais unidos e entendemos que a nossa vida, a vida das nossas comunidades, não pode ser separada da vida dos outros. Dependemos uns dos outros”. “O nosso sentimento de união não se deve à força do poder econômico ou das armas, mas principalmente pelo fato de que nos demos conta que somos debilitados e frágeis portanto necessitados uns dos outros”.

Solidariedade

Depois o cardeal se concentrou em um outro elemento essencial, principalmente nesta época: a solidariedade. “Esta conscientização da nossa unidade requer de nós, como líderes religiosos junto às nossas comunidades, que sejamos solidários com a humanidade gravemente atingida. De fato, este não pode ser um momento de indiferença, ou de egoísmo, ou de divisão, com toda a humanidade que sofre, devemos estar unidos para enfrentar a pandemia”. “Portanto, o caminho a ser seguido é o de encontrar coragem para abrir espaço a novas formas de solidariedade”. E é importante que “ninguém seja deixado para trás”. Além de um grande esforço pela saúde e econômico, esta pandemia requer também um esforço ainda maior “para lançar novas bases e derrotar todas as injustiças e desigualdades”. “O mundo – afirmou o cardeal Ayuso Guixot – não deve voltar ao que era antes da pandemia, mas deve acolher a oportunidade de criar uma nova e melhor sociedade global”.

Fraternidade

Reconhecer-se irmão e irmã, explicou o cardeal, é o primeiro passo “para abater os muros levantados pelo medo e pela ignorância”. “Esta pandemia nos dá estímulo para juntos, construirmos pontes de amizade e de fraternidade, fundamentais para o bem de toda a humanidade. Este espírito de fraternidade, do qual somos unidos, nos manterá e nos ajudará a superar estes momentos difíceis”. A fraternidade, observou o cardeal Ayuso Guixet, não pode ser uma peculiaridade exclusiva a ser reservada apenas ao próprio grupo, à própria comunidade, cultura e religião. Mas deve incluir todos.

Fiquemos unidos

Neste tempo de incertezas, a missão – como disse o Papa Francisco – é a de difundir “o contágio da esperança”. “Graças aos nossos valores espirituais nós, líderes religiosos, podemos contribuir para o renascimento desta humanidade dolorosamente atingida”.

Por fim o cardeal concluiu seu pronunciamento recordando que “para enfrentar os desafios atuais, e os do breve futuro, devemos como líderes religiosos promover a unidade, a solidariedade e a fraternidade”. “Queremos responder à pandemia do vírus com a universalidade da oração. Fiquemos unidos”.

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13 maio 2020, 09:55