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Auza na Onu: as moratórias não são suficientes, os testes nucleares devem ser banidos

Apelo da Santa Sé para a entrada em vigor do Tratado contra as experiências atómicas: falta ainda a ratificação de oito Estados para torna-lo operacional.

Silvonei José, Roberta Gisotti - Cidade do Vaticano

"As moratórias unilaterais, que felizmente permaneceram em vigor até 1998 com a única exceção dos testes nucleares realizados pela República Popular da Coreia, não podem ser consideradas um substituto duradouro para um Tratado existente. Foi o que disse Dom Bernardito Auza, observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas em Nova Iorque, em seu discurso no encontro de alto nível organizado nesta segunda-feira (09/09) na sede da ONU para comemorar e promover o Dia Internacional contra os testes nucleares, celebrado há 10 anos em todo o mundo no dia 29 de agosto.

Sensibilizar os povos para a proibição universal

Uma importante oportunidade - recordou o prelado -, "para sensibilizar e educar a opinião pública sobre o impacto humanitário das explosões de testes nucleares, a fim de criar as condições para uma proibição universal dos testes atômicos, como um passo em direção do objetivo de um mundo sem armas nucleares”.

Mais de 70 anos desde o primeiro teste atômico

O arcebispo Auza recordou que "o primeiro teste de uma arma nuclear, tristemente apelidada de ‘Trindade’, teve lugar há 74 anos no deserto do Novo México, nos Estados Unidos da América, e foi seguido até hoje "por mais de 2.000 testes nucleares, realizados em quatro continentes e na região do Oceano Pacífico, por oito Estados", além dos EUA, URSS, Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, Coreia do Norte.

A Santa Sé contra as armas nucleares

"Antes mesmo daquele primeiro teste, a Santa Sé – recorda o núncio Auza -, já havia manifestado profunda preocupação com o uso violento da energia atômica e, desde então, tem exigido incessantemente a proibição dos testes de armas nucleares". Por isso, aderiu imediatamente ao Tratado de proibição total dos testes nucleares (Ctbt) "no primeiro dia aberto à assinatura e ratificação" e agora "aguarda com expectativa o dia da sua entrada em vigor, esperando que seja o mais rapidamente possível".

Apelo à ratificação do Tratado Ctbt

Daí o apelo aos Estados cuja ratificação é necessária para tornar o Tratado Ctbt operacional. Os países que ainda não ratificaram são os Estados Unidos, China, Irã, Índia, Paquistão, Israel, Egito e Coreia do Norte. "Qualquer teste nuclear - concluiu o representante vaticano -, teria a consequência extremamente negativa de nos afastar ainda mais do nosso objetivo de um mundo livre de armas atômicas". Em seguida, o convite à comunidade internacional "a renovar o seu compromisso, fazendo tudo o que for necessário para assegurar que os testes nucleares sejam definitivamente relegados ao passado".

 

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10 setembro 2019, 16:33