"O princípio cardinal da Doutrina Social da Igreja é a atenção à pessoa: uma regra de ouro a ser levada em consideração durante o uso das mais inovadoras tecnologias. Ao fazer isso, se levaria um desenvolvimento saudável também aos países que mais tem necessidade dele". "O princípio cardinal da Doutrina Social da Igreja é a atenção à pessoa: uma regra de ouro a ser levada em consideração durante o uso das mais inovadoras tecnologias. Ao fazer isso, se levaria um desenvolvimento saudável também aos países que mais tem necessidade dele". 

'Laudato Si' trouxe frutos, mas "ainda não abriu uma brecha no mundo econômico"

Realiza-se no Vaticano de 6 a 8 de junho, a Conferência internacional sobre a Doutrina Social da Igreja, de suas origens à era digital, reunindo especialistas do mundo acadêmico, financeiro e institucional. Anna Maria Tarantola, presidente da Fundação Centesimus Annus-Pro Pontifice, que promove o evento, exorta à mudança do modelo tecnocrático vigente, conforme pedido pelo Papa Francisco.

Federico Piana - Cidade do Vaticano

Dois dias de intensos debates e testemunhos com o objetivo de compreender como viver a Encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado com a “casa comum”. É o que propõe o encontro internacional  “A Doutrina Social da Igreja, das raízes à era digital”, que desde quinta-feira,6,  reúne 31 palestrantes de diversas partes do mundo, de empresas e do mundo acadêmico, para falar sobre a Laudato Si, quatro anos após sua publicação, e num diferente contexto econômico e social. A audiência com o Pontífice neste sábado, 8, concluirá o encontro.

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“A ideia de que a solidariedade e a sustentabilidade econômica, ambiental e social são possíveis em uma economia de mercado e que sua busca não contrasta com eficiência. Conceito ainda hoje muito difícil de difundir”, explica Anna Maria Tarantola, presidente da Fundação Centesimus Annus.

Atenção crescente em relação ao clima, graças a Laudato Si

 

Ela destaca como a defesa do clima tenha se tornado uma prioridade, também para o mundo econômico. “E a Laudato Si contribuiu com força ao acender os refletores. A Encíclica teve um significativo impacto nas Nações Unidas, que divulgaram a lista de 169 objetivos sustentáveis​​".

E ainda - afirma ela - a própria Encíclica não conseguiu impor uma mudança de paradigma na sociedade, aquela que "o Papa chama, em seu documento, de um ‘modelo tecnocrático predominante’. O convite que o Santo Padre nos dirige é de modificá-lo 360 graus. E é preciso ser feito imediatamente, incidindo sobre a produção e o consumo".

Mundo econômico tem necessidade de uma verdadeira revolução

 

"Laudato Si - explica ainda Anna Maria Tarantola - trouxe pequenos frutos também no campo do financiamento sustentável, mas não é suficiente. O documento ainda não abriu uma brecha no mundo econômico, como deveria ser. Nesta nossa convenção, tentaremos entender se esses sinais tímidos de mudança são o prelúdio de algo mais revolucionário".

Então, ela recorda de como a era digital também deve ser usada para um desenvolvimento justo: "O princípio cardinal da Doutrina Social da Igreja é a atenção à pessoa: uma regra de ouro a ser levada em consideração durante o uso das mais inovadoras tecnologias. Ao fazer isso, se levaria um desenvolvimento saudável também aos países que mais tem necessidade dele".

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07 junho 2019, 12:49