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Secretário de Estado vaticano, cardeal Pietro Parolin Secretário de Estado vaticano, cardeal Pietro Parolin 

Parolin: Santa Sé e Israel favoreçam liberdade religiosa, de culto e de consciência

25 anos do estabelecimento das Relações diplomáticas entre a Santa Sé e Israel: abertura, em junho de 1994, das duas Missões diplomáticas em Telavive e no Vaticano, após o Acordo Fundamental entre a Santa Sé e o Estado de Israel, assinado em 30 de dezembro de 1993. Esse Acordo, entrado em vigor em 10 de março de 1994, “abriu uma nova fase nas relações bilaterais, iniciando um caminho significativo de cooperação”, afirma o secretário de Estado vaticano

Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano

“A Santa Sé e o Estado de Israel são chamados a unir as forças para favorecer a liberdade religiosa, de culto e de consciência, qual condição indispensável para tutelar a dignidade de todo ser humano, e a trabalhar juntos para combater o antissemitismo.”

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Foi o que disse o secretário de Estado vaticano, cardeal Pietro Parolin, ao pronunciar-se na noite desta quinta-feira (13/06) no Concerto de música sacra na Sinagoga de Roma, por ocasião do 25º aniversário das Relações diplomáticas entre o Estado de Israel e a Santa Sé.

Crescimento da compreensão recíproca, confiança e amizade

Tendo agradecido particularmente ao embaixador israelense Oren Davi, por promover o evento, e saudado, entre outros, o Rabino Chefe da Comunidade Judaica de Roma, Riccardo Di Segni, o cardeal Parolin lembrou que aquele templo teve, nas últimas décadas, a presença de vários Papas, a partir da visita de São João Paulo II em abril de 1986, “presença que constitui o sinal visível da transformação da relação entre cristãos e judeus nos últimos 50 anos”.

Ao lembrar também a visita de Francisco em janeiro de 2016, ressaltou as palavras do Pontífice de gratidão “por tudo aquilo que foi possível realizar nos últimos cinquenta anos, porque entre nós cresceu e se aprofundaram a compreensão recíproca, a confiança mútua e a amizade”.

Acordo Fundamental

Nesse contexto se insere também o estabelecimento das relações diplomáticas entre a Santa Sé e Israel, disse o purpurado, “com a abertura, em junho de 1994, das duas Missões diplomáticas em Telavive e no Vaticano, após o Acordo Fundamental entre a Santa Sé e o Estado de Israel, assinado em 30 de dezembro de 1993”.

O cardeal Parolin enfatizou que o Acordo, entrado em vigor em 10 de março de 1994, “abriu uma nova fase nas relações bilaterais, iniciando um caminho significativo de cooperação”.

Compromisso de Israel com a liberdade de ação da Igreja

O secretário de Estado vaticano aproveitou a ocasião deste aniversário para manifestar apreço pelo compromisso assumido pelo Estado de Israel em assegurar à Igreja católica a liberdade para desempenhar sua missão e para dar sua contribuição em prol da sociedade israelense.

Entre as várias atividades da Igreja, o purpurado evidenciou a das escolas católicas, que, mediante a educação aos valores fundamentais, ao diálogo e ao respeito recíproco, favorecem a criação de uma sociedade mais justa e pacífica.

Iguais direitos e oportunidades para construir futuro de paz

“Fazemos votos de que jamais falte a coerência com o espírito do Acordo Fundamental para uma renovada e profícua colaboração com a Igreja católica em Israel e que o país possa demonstrar com orgulho a viabilidade da sua democracia assegurando a todos iguais direitos e iguais oportunidades para a construção de um futuro de paz e concórdia”, acrescentou.

O cardeal Parolin destacou também que nestes 25 anos se realizaram importantes visitas pontifícias a Israel e das autoridades israelenses ao Vaticano, bem como numerosas iniciativas em favor do diálogo inter-religioso.

Encontro no Vaticano com Shimon Peres e Abu Mazen

Em particular, recordou o encontro de oração com os presidentes israelense e palestino, realizado em 8 de junho de 2014 no Vaticano, do qual se celebra o quinto aniversário. “Como se sabe, o Papa e a Santa Sé têm a peito o processo de paz e o futuro da região”, prosseguiu.

Jerusalém, cidade da paz

“A natureza especial das nossas relações emerge propriamente do caráter único da Terra Santa, tão rica de história e de fé e assim querida ao coração dos fiéis, sejam judeus, cristãos ou muçulmanos. Jerusalém, cidade da paz, é o seu coração, patrimônio para todos os fiéis das três grandes religiões monoteístas e do mundo inteiro”, ressaltou.

“Que nosso esforço religioso e político favoreça a vocação da cidade a ser um lugar de reconciliação e de encontro entre as religiões, bem como um símbolo de respeito e de coabitação pacífica”, foi a exortação do cardeal Parolin.

Responsabilidade comum no combate ao antissemitismo

O secretário de Estado vaticano ressaltou ainda que ao longo destes anos, a Santa Sé e o Estado de Israel demonstraram uma responsabilidade comum no combate ao antissemitismo, “compromisso reiterado pelo Acordo Fundamental, que deve prosseguir no combate a toda forma de intolerância religiosa e na promoção da compreensão recíproca entre as nações, tolerância entre as comunidades e respeito pela dignidade e a vida humana”.

“Que este aniversário, além de fazer-nos apreciar o caminho até então percorrido juntos, nos ajude a revigorar nosso esforço na promoção concreta de uma renovada amizade”, concluiu.

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14 junho 2019, 13:36