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Tráfico de seres humanos, "um crime vergonhoso" que deve ser combatido, disse o Papa Francisco Tráfico de seres humanos, "um crime vergonhoso" que deve ser combatido, disse o Papa Francisco 

Vaticano: combater o tráfico que escraviza 40 milhões de pessoas

Mais de 40 milhões de seres humanos são vítimas de várias formas de escravidão, é hora de erradicar o "tráfico de seres humanos", é o apelo lançado às Nações Unidas pelo arcebispo Bernardito Auza, Observador do Santa Sé na ONU.

Alessandro Gisotti - Cidade do Vaticano

A Igreja está na vanguarda da proteção das vítimas do tráfico e pede aos governos que ajam corajosamente para erradicar esse fenômeno horrível, destacou Dom Bernardito Auza, Observador Permanente da Santa Sé na sede da ONU em Nova York.

Ao pronunciar-se em uma conferência contra o tráfico, realizada na sexta-feira no Palácio de Vidro, o prelado exortou a comunidade internacional a não se deter apenas nas consequências do tráfico, mas a identificar as raízes que estão na sua origem, também no sistema econômico. Hoje, disse Dom Auza, mais de 40 milhões de seres humanos “são prisioneiros das várias formas de escravidão" e isso, não obstante os progressos feitos nos últimos anos, em particular com os Protocolos de Palermo e o Plano de Ação Global da ONU contra o tráfico de seres humanos.

Não somente compromissos e palavras, mas ações concretas

 

Recordando as palavras do Papa Francisco pronunciadas na ONU em setembro de 2015, o Observador da Santa Sé reiterou que "os compromissos solenes" não são mais suficientes, enquanto devem ser intensificados os esforços na luta contra esse flagelo do tráfico que traz consigo outros males como escravidão, prostituição, abuso infantil e comércio de órgãos humanos.

Dom Auza indicou quatro pontos concretos para combater esse mal, marcados por quatro "p": prevenir o tráfico, proteger as vítimas, processar os criminosos e promover parcerias entre instituições e a sociedade civil.

O compromisso dos religiosos através da rede Talitha Kum

 

O Observador Permanente da Santa Sé referiu-se então à experiência da rede Talitha Kum, que reúne 22 institutos religiosos católicos de 70 países empenhados no apoio às vítimas do tráfico.

Além disso, recordou o compromisso do "Grupo Santa Marta" que, promovido pela Igreja, reúne líderes das religiões e chefes das forças policiais para coordenar o compromisso de instituições e organizações religiosas no combate ao tráfico e da ajuda às vítimas. Precisamos de uma "mobilização" geral, concluiu Dom Auza, "uma mobilização em que todos façam a sua parte".

 

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10 novembro 2018, 19:34