Congeregação Geral do Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens Congeregação Geral do Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens 

Sínodo: acompanhar com empatia, curar as feridas, mostrar metas altas

Matrimônio e o celibato pelo Reino de Deus. As duas vocações devem ser valorizadas de modo igual pela Igreja porque ambas se inserem na mais ampla “vocação batismal” própria de todo cristão, ressaltaram os bispos na sétima Congregação Geral, na manhã de 4ª feira. Se os adultos não tiverem grandes sonhos – foi a reflexão dos padres sinodais – como poderão inspirar os jovens?

Cidade do Vaticano

“Senhor, o que queres que eu faça?” A pergunta do jovem  Francisco de Assis, aos 23 anos, chamado no Séc. XIII a “reformar” a casa de Deus é a mesma que ressoa hoje no coração de todo jovem. Responder à voz do Senhor leva a encontrar o sentido da vida, corrobora o vigor físico, a força de ânimo e a coragem típicos da condição juvenil.

Por um novo Pentecostes

A figura do Pobrezinho de Assis, como a de outros santos e santas, foi indicada pelos padres sinodais na sétima Congregação Geral – na manhã de quarta-feira (10/18) – como modelos atuais. Homens e mulheres que não abraçaram uma ideia, mas encontraram um homem: Jesus.

Figuras que impulsionam a Igreja a sair dos velhos esquemas para inaugurar a época de um novo Pentecostes. Conhecer Cristo Ressuscitado e seu caminhar contracorrente é um estímulo ao testemunho que os jovens são chamados a levar ao mundo.

É o que demonstram os muitos que se fizeram “embaixadores da vida” naqueles países em que esta é colocada em risco por leis que a contrastam. É o que demonstram também aqueles que em contextos de guerra e tensão continuam desempenhando “a missão de ser sal, luz e fermento” para a sociedade.

Acompanhamento seja empático e não improvisado

A arte do acompanhamento espiritual e do discernimento se revela indispensável, mas não deve ser prerrogativa exclusiva de sacerdotes e consagrados: a Sala do Sínodo invoca o envolvimento de casais jovens, mas adverte: não à improvisação”.

Se um jovem não encontra acolhimento, corre o risco de distanciar-se e buscar respostas equivocadas, muitas vezes desiludido devido a escândalos e indiferença. Portanto, quem acompanha tem o dever ministerial de ser testemunha crível, de ter uma fé sólida e é chamado a ouvir, aconselhar e depois retirar-se com confiança, exultando por toda meta alcançada.

A atitude deve ser de empatia e não de simples simpatia: os formadores devem reconhecer em primeiro lugar a humanidade e falibilidade dos jovens porque é aí que Cristo quer encontrá-los para reerguê-los do erro.

Fará bem aos guias espirituais recordar-se das próprias experiências de queda: de fato, a graça age na história de modo extraordinário e transforma progressivamente.

Matrimônio e consagração, duas vocações a ser valorizadas de modo igual

A dimensão espiritual seja prioritária. O Sínodo pede para que seja encorajada a participação na santa missa e na adoração eucarística. Somente “esforços horizontais” não são suficientes. São também necessários aqueles “esforços verticais” finalizados a ajudar o jovem a elevar o olhar para o alto porque Deus está com eles.

Ser acolhedores, mostrar metas altas e a proposta exigente do Evangelho são duas características que devem acompanhar tanto o matrimônio quanto o celibato pelo Reino de Deus.

As duas vocações devem ser valorizadas de modo igual pela Igreja porque ambas se inserem na mais ampla “vocação batismal” própria de todo cristão, ressaltam os bispos. Se os adultos não tiverem grandes sonhos – foi a reflexão dos padres sinodais – como poderão inspirar os jovens?

Em seguida foi lançada a proposta da criação de um secretariado dos jovens em toda circunscrição eclesiástica voltado a dar dinamismo à ação pastoral. Os jovens são o presente e o futuro da Igreja, afirmou-se.

Pronunciamento dos auditores

 A Congregação Geral da manhã de quarta-feira foi encerrada com o pronunciamento de alguns auditores que evidenciaram a inadequação de uma proposta eclesial centralizada num ateísmo ético diante da profunda sede de transcendental dos jovens.

Eles desejam Jesus e a Igreja tem o dever de mostrá-Lo e de não considerar “perda de tempo” o tempo que é dedicado à pastoral das novas gerações. Em meio a tantas vozes – foi a reflexão – os jovens precisam discernir qual voz vem do Senhor, e não desejam que os adultos tomem decisões no lugar deles, mas que os ajudem a não adiar as escolhas importantes da vida.

Também despertou atenção o testemunho de quem evidenciou a necessidade de não subestimar os perigos que os jovens encontram no mundo real e virtual. O coração humano foi feito para a Beleza, a Bondade e a Verdade que somente a Igreja-mãe pode revelar.

Novos membros completam equipe da Comissão para Documento final

Por fim, após a eleição na terça-feira de 5 padres sinodais representando os cinco continentes na Comissão para a redação do Documento final, durante a congregação geral da manhã desta quarta-feira foram divulgados os três membros de nomeação papal.

Trata-se do arcebispo-mor de Kviv-Halyc e chefe do Sínodo da Igreja greco-católica ucraniana, Dom Sviatoslav Shevchuk; do secretário do Dicastério vaticano para os Leigos, a Família e a Vida, Pe. Alexandre Awi Mello; e do responsável pela pastoral vocacional de Cuba, Pe. Eduardo Gonzalo Redondo. Estes oito auxiliarão o relator geral do Sínodo – arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, cardeal Sérgio da Rocha –, os dois secretários especiais e o secretario geral no trabalho da Comissão.

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10 outubro 2018, 17:17