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Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em Nova Iorque, dom Bernardito Auza Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em Nova Iorque, dom Bernardito Auza 

Dom Auza: políticos não tirem proveito do medo dos povos

Foi o que disse o observador permanente da Santa Sé na ONU, dom Bernardito Auza, durante os trabalhos da Comissão para a eliminação do racismo, xenofobia e intolerância, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, nos dias 29 e 30 deste mês.

Cidade do Vaticano

A Santa Sé manifesta preocupação diante do aumento aparente, no mundo, de sentimentos como “suspeita, medo, desprezo e ódio por pessoas ou grupos, julgados por sua identidade étnica, nacional ou religiosa, considerados não suficientemente dignos de participar plenamente da vida social”.

Foi o que disse o observador permanente da Santa Sé na ONU, dom Bernardito Auza, durante os trabalhos da Comissão para a eliminação do racismo, xenofobia e intolerância, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, nos dias 29 e 30 deste mês.

Segundo o arcebispo, esses sentimentos “muitas vezes inspiram atitudes de intolerância, discriminação e exclusão”, conforme denunciado, em setembro passado, pelo Papa Francisco, durante a Conferência Mundial sobre “Xenofobia, racismo e nacionalismos populistas no contexto da migração global”.

Reponsabilidade dos líderes religiosos

“Acontece também que no mundo da política alguns cedem à tentação de tirar proveito do medo e dificuldades de alguns grupos, usando promessas ilusórias para interesses eleitorais míopes. A seriedade deste fenômeno não pode nos deixar indiferentes. Todos nós somos chamados, em nossas respectivas funções, a cultivar e promover o respeito pela dignidade de cada pessoa humana e favorecer uma cultura do encontro e abertura aos outros, no respeito mútuo”, disse o prelado.

Dom Auza lembrou a responsabilidade dos líderes religiosos que têm “a missão de defender os princípios éticos e os valores inscritos por Deus no coração do ser humano”.

“É verdade”, constatou o representante da Santa Sé, “que os líderes religiosos e fiéis nem sempre viveram esta responsabilidade” e não faltaram “atitudes de intolerância motivadas pela religião que, também hoje, ao invés de favorecer a abertura aos outros, são usadas como pretexto para a rejeição, marginalização e violência, cuja expressão pior é a loucura homicida que abusa do nome de Deus para disseminar a morte como parte de um jogo de domínio e poder”.

Matar em nome de Deus é uma blasfêmia

“A resposta a essa loucura não pode ser a lógica do olho por olho ou entrar num círculo vicioso de violência e represália, mas deve tomar a forma de um diálogo autêntico entre as confissões religiosas, começando pela comunhão e reafirmação inequívoca de que matar os outros em nome de Deus é uma blasfêmia contra o nome de Deus. Em outras palavras, deveria ser um não claro e firme a toda forma de violência, vingança e ódio perpetrados em nome da religião ou em nome de Deus.”

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31 outubro 2018, 16:38