"O interesse  pela  liturgia,  as  realizações  práticas  e  a  participação ativa  dos  fiéis  conquistaram  um desenvolvimento  que  seria  difícil  de  prever  naquele  momento”, disse Pio XII em 1956 "O interesse pela liturgia, as realizações práticas e a participação ativa dos fiéis conquistaram um desenvolvimento que seria difícil de prever naquele momento”, disse Pio XII em 1956  

Movimento Litúrgico e a reforma litúrgica de Pio XII

Em 1956 realizou-se em Assis o primeiro Congresso Internacional de Pastoral Litúrgica. Para esse Congresso, "o Papa Pio XII fez um precioso discurso, excelente complemento da anterior Encíclica sobre a música sagrada, colocando a excelência e elevada significação da liturgia católica, como símbolo da graça e da pessoa de Cristo".

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a falar sobre o  surgimento do Movimento Litúrgico que culminou com a promulgação da Constituição Sacrosanctum Concilium.

A renovação litúrgica tem suas raízes bem anteriores ao Concílio Vaticano II. Como vimos no programa passado, o movimento litúrgico surgiu há mais de 200 anos, sobretudo em Abadias da Alemanha, Bélgica e Itália. Também os Papas Pio X e Pio XII, introduziram algumas reformas. No pontificado de Pio X, por exemplo,  realizou-se um importante impulso de renovação litúrgica com a reforma do Breviário e do Missal Romano. Dando continuidade a este tema, o padre Gerson Schmidt nos traz hoje a reflexão “O Movimento Litúrgico e a reforma litúrgica de Pio XII¹”:

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“Como temos visto aqui, o movimento litúrgico para a renovação na Liturgia não surgiu no Concílio Vaticano II, mas já 200 anos antes, sobretudo nas Abadias da Alemanha, Bélgica, Itália, como apontamos já aqui anteriormente.

Houve tentativas de reformas por meio dos Papas Pio X e Pio XII.  Em 1947, Pio XII publica a encíclica Mediator Dei, onde aponta a reforma da Semana Santa, que foi o antecedente mais importante para a decisiva reforma litúrgica do Vaticano II, resultando assim a riqueza da Constituição Sacrosanctum Concilium, o mais importante e decisivo documento litúrgico publicado até hoje.

No século XX, o desenvolvimento do espírito litúrgico está relacionado com as abadias de Mont-César, Levaina e São André, de Bruges, com nomes como Romano Guardini, Pius Parsch, Odo Casel ou Jungmann, com a coleção “Lex Orandi”, também com revistas como La Maison-Dieu ou centros nacionais de apostolado litúrgico. O movimento da Reforma Litúrgico tem sido fomentado na Bélgica, depois se estendeu à França, Alemanha, Itália.

 

Em 1909 – quase 60 anos antes do Concílio Vaticano II – em Malinas (Bélgica) houve um Congresso regional – Congrés National des Oeuvres Catholiques – onde os participantes já se propunham em tornar viva e eficaz a celebração dos mistérios cristãos, de modo que os ritos “falassem” aos homens de hoje. Na ocasião um expoente para essa renovação foi Odo Casel, com a categoria na liturgia do “mistério”.

Em 1956, aconteceu um fato interessante, ou seja, o primeiro Congresso Internacional de Pastoral Litúrgica, celebrado em Assis, que foi um verdadeiro encontro de especialistas e troca de experiências. Tudo isso vai ter sua culminância, em forma de compêndio, na reforma litúrgica do Vaticano II.

Para esse Congresso de 1956, Papa Pio XII fez um precioso discurso, excelente complemente da anterior Encíclica sobre a música sagrada, colocando a excelência e elevada significação da liturgia católica, como símbolo da graça e da pessoa de Cristo².

Na mensagem enviada por Pio XII aos participantes, o Papa disse muitas coisas interessantes, para a sua época, falando assim, ainda antes do Concilio: “Se  se  compara  a  situação  atual  do  movimento  litúrgico  com  o  que  já  foi  há  trinta  anos, constata-se  que  alcançou  um  progresso  inegável,  tanto  na  extensão  quanto  na  profundidade. 

O interesse  pela  liturgia,  as  realizações  práticas  e  a  participação ativa  dos  fiéis  conquistaram  um desenvolvimento  que  seria  difícil  de  prever  naquele  momento”. Veja, ouvinte, que já em 1956, Pio XII falava da participação ativa dos fiéis, tônica endossada pela SC”.

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¹ Juan María Laboa - HISTORIA De LA IGLESIA IV Época Contemporánea, Biblioteca de Autores Cristianos, Madrid, 2002, pg. 261-263.

² FRANCISCO J. MONTALBAN e VV.AA. História de La Iglesia Catolica, IV Edad Moderna, Biblioteca de autores Cristianos, Madrid, 1958, p.843.

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13 junho 2018, 09:30