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Manuscrito da Biblioteca Apostólica Vaticana Manuscrito da Biblioteca Apostólica Vaticana 

Manuscritos online: Biblioteca Vaticana chega a 15 mil

Este é o projeto financiado pela Fundação Polonsky com dois milhões de esterlinas, cuja conclusão foi comemorada com uma conferência no centro de congressos do Instituto Patristicum Augustinianum intitulada “Digitalização e bibliotecas: o futuro do passado”.

Cidade do Vaticano

Um milhão e quinhentas mil páginas manuscritas, com textos preciosos iluminados, antigos e delicados incunábulos da Biblioteca Apostólica Vaticana e da Biblioteca Bodleiana da Universidade de Oxford, digitalizados em cinco anos e disponíveis na internet.

Este é o projeto financiado pela Fundação Polonsky com dois milhões de esterlinas, cuja conclusão foi comemorada com uma conferência no centro de congressos do Instituto Patristicum Augustinianum intitulada “Digitalização e bibliotecas: o futuro do passado”.

O futuro das coleções digitalizadas e o seu apoio financeiro foram debatidos, com a participação de relatores provenientes de várias bibliotecas e entidades de apoio da Europa.

Um projeto que cresceu ao longo do tempo

O prefeito da Biblioteca Apostólica Vaticana, Mons. Cesare Pasini, explicou ao Vatican News: “O projeto Polonsky começou quando estávamos dando os primeiros passos da digitalização, iniciada em 2010, e depois cresceu conosco e nos ajudou a crescer. Permitiu-nos digitalizar vários manuscritos. Um milhão de páginas dos manuscritos da Biblioteca Vaticana, e quinhentas páginas dos manuscritos da Biblioteca Bodleiana. Um milhão de páginas significam mais de dois mil manuscritos.”

“Este projeto nos permitiu digitalizar uma boa parte de nossas coleções de manuscritos grandes, incunábulos e manuscritos judaicos. Fazer isso em colaboração com nossos colegas da Biblioteca Vaticana foi uma experiência maravilhosa para partilhar informações, conhecer as respectivas coleções, aprender de diferentes abordagens e diferentes usos de tecnologias”, disse Richard Ovenden, bibliotecário da Universidade de Oxford, que concluiu os trabalhos da coletiva.

“Os estudiosos de nossa biblioteca estão felizes de poder consultar livremente esta enorme coleção de material importante. Isso realmente abre um novo futuro para a pesquisa”, disse ele.  

A colaboração é fonte de crescimento recíproco

Mark Polonsky, da Polonsky Foundation, sublinhou “que foi muito bonito ver as duas instituições trabalharem bem em conjunto, aprender uma da outra e levar o projeto a uma conclusão satisfatória”.

“A missão de nossa fundação é promover o patrimônio cultural, em particular, ajudar as ciências humanas. Certamente, esperamos participar de projetos futuros como esse, em estreita colaboração com grandes instituições culturais que reúnem suas coleções, aproveitando a inovação tecnológica da digitalização”, disse ainda Polonsky.

Sobre o valor da digitalização para os pesquisadores, o bibliotecário Ovenden disse: “Ouvimos o professor Anthony Grafton, um dos maiores estudiosos do humanismo e do renascimento, que nos falou sobre o poder transformador que o acesso livre a esse material na internet, em todo o mundo, tem para a sua pesquisa e para as pesquisas das gerações futuras de estudiosos.”

Projetos para o futuro

Mons. Pasini faz um balanço da digitalização dos manuscritos da Biblioteca Apostólica Vaticana, graças aos vários projetos ativados de 2010 até hoje.

“Os manuscritos hoje são visíveis num portal atualizado, o digi.vatlib.it, que permite o acesso a cerca de 15 mil manuscritos dos 80 mil existentes. Uma porcentagem ainda relativamente baixa, mas já é um grande número. Inserimos alguns dos mais importantes manuscritos, os chamados manuscritos da reserva, que podem ser muito consultados ou que têm problemas de delicadeza ou antiguidade.”

“As atenções das fundações, mas também do mundo dos pesquisadores e das universidades, lentamente vêm nos ajudar”, disse o prefeito da Biblioteca Vaticana.

“Não podemos nos permitir grandes fantasias para o futuro, mas continuar indo adiante de forma regular, aliás, crescendo um pouco. É uma descoberta muito bonita. Eu diria que nós começamos e isso criou um leque de atenções e apoio dos outros e mais motivação de nossa parte.”

“O serviço de digitalização não se limita ao “ofereço-lhe a imagem”, mas ao “ofereço-lhe e permito-lhe interagir”, ou seja, ter um e outro manuscrito, de uma e outra biblioteca, talvez contemporaneamente em seu computador. Você os vê juntos, os compara, na verdade você também pode intervir colocando uma nota naquela página para dizer que identificou a mão daquele copista, o sentido daquela nota, o significado importante daquela imagem. Isso cria um mundo de colaboração. A palavra técnica por trás dessa operação é a interoperabilidade”, concluiu Mons. Pasini.

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31 maio 2018, 12:45