Missa com ordenações no Suhrawardy Udyan Park de Daca, Bangladesh Missa com ordenações no Suhrawardy Udyan Park de Daca, Bangladesh 

CVII e a reforma Litúrgica: participação ativa dos fiéis

Passados 50 anos dessa proposta conciliar, a grande interrogativa que podemos fazer aqui é se, em nossas paróquias, comunidade de comunidades, já acontece essa renovação nos mais variados pontos sugeridos e encaminhados pela Sacrosanctum Concilium.

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

No nosso Espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a falar sobre a reforma litúrgica trazida pelo evento conciliar.

"Para promover a participação ativa, cuide-se de incentivar as aclamações dos fiéis, as respostas, a salmodia, as antífonas, os cânticos, bem como as ações, gestos e atitudes. Seja também observado, a seu tempo, o silêncio sagrado", escreve o número 30 da Constituição Sacrossanctum Concilium, promulgada pelo Papa Paulo VI em 4 de dezembro de 1963.

O valor da assembleia litúrgica foi tema de nosso último programa. Na edição de hoje, o padre Gerson Schmidt, incardinado na arquidiocese de Porto Alegre, retoma e aprofunda este tema:

“A constituição dogmática Sacrosanctum Concilium, fruto das conclusões do Concilio Vaticano II, propõe uma reforma litúrgica sobretudo também a partir da participação ativa dos fiéis. Essa ativa, consciente e plena participação dos fieis aparece muito claramente, por diversas vezes, mencionada nesse documento.

O capítulo dois da SC escancara essa emergência, tendo o seguinte título: NECESSIDADE DE PROMOVER A FORMAÇÃO LITÚRGICA E A PARTICIPAÇÃO ATIVA. O número 14 diz assim: “É desejo ardente da mãe Igreja que todos os fiéis cheguem àquela plena, consciente e ativa participação na celebração litúrgica que a própria natureza da liturgia exige e à qual o povo cristão, “raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido” (1Pd 2,9; cf. 2,4-5), tem direito e obrigação, por força do batismo.

A esta plena e ativa participação de todo o povo cumpre dar especial atenção na reforma e incremento da sagrada liturgia: com efeito, ela é a primeira e necessária fonte, da qual os fiéis podem haurir o espírito genuinamente cristão”.

É importante ver que os padres conciliares viram aqui que para acontecer essa participação ativa, consciente e plena dos fiéis, tão claramente desejada por eles, há mais de 50 anos atrás, é necessário que haja, em nossas bases paroquiais, uma verdadeira formação cristã e litúrgica.

O fiel, por força do batismo, tem direito e dever dessa integração e participação, que a própria natureza da liturgia exige. A Sagrada Liturgia é a primeira e necessária fonte do genuíno cristianismo.  Não nos adentramos num verdadeiro ser cristão batizado se não mergulhamos nessa fonte que é a liturgia. Pois, ninguém ama o que não conhece. Precisamos conhecer a natureza da liturgia.

Os padres conciliares afirmam ainda mais uma verdade. Para que acontece essa plena e ativa participação de todo o povo cristão na liturgia, cabe dar especial atenção na reforma e incremento da sagrada liturgia. Sem essa reforma e renovação litúrgica, em nossas comunidades celebrativas, não acontecerá essa plena, ativa e cônscia participação dos fiéis.

Passados 50 anos dessa proposta conciliar, a grande interrogativa que podemos fazer aqui é se, em nossas paróquias, comunidade de comunidades, já acontece essa renovação nos mais variados pontos sugeridos e encaminhados pela Sacrosanctum Concilium.

Estamos celebrando de forma realmente renovada ou estamos simplesmente inventando modas ou gestos litúrgicos que não se integram à renovação e participação dos fiéis de acordo com o espírito conciliar?”

Reforma litúrgica e participação dos fiéis

 

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10 janeiro 2018, 10:34