Exercitação militar com bateria missilística Exercitação militar com bateria missilística 

Dom Tomasi sobre armas nucleares: urgente despertar a opinião pública

Para um balanço da Conferência sobre o desarmamento nuclear realizada nos dias 10 e 11 de novembro, a Rádio Vaticano ouviu o Arcebispo Silvano Maria Tomasi, membro do Dicastério promotor do evento.

Cidade do Vaticano

“Esta Conferência ressalta como o Papa e a Santa Sé têm a peito o desarmamento nuclear e o compromisso em favor da paz.”  Foi o que disse o secretário vaticano das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher, no sábado (11/11), segundo e último dia de trabalhos da Conferência sobre o desarmamento nuclear, promovida pelo Dicastério vaticano para o serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

Áudio na íntegra

Foi feito com veemência um chamado ao compromisso da sociedade civil a nível mundial no sentido de impelir os governos a tomar, sem mais tardar, o caminho do desarmamento nuclear.

Por sua vez, o bispo de San Diego e membro do Comitê para a Justiça e a Paz da Conferência episcopal estadunidense, Dom Robert McElroy, evidenciou o fato que – como ressaltou o Papa Francisco – é moralmente inaceitável não somente o uso, mas também a posse de armas nucleares. O próprio Dom Gallagher ressaltou que o desarmamento nuclear é uma questão não somente técnica, mas tem um valor ético.

“Muitos dos pronunciamentos evocaram a Carta encíclica Pacem in terris (de 1963) qual fonte de inspiração ainda atual para o desarmamento nuclear.”

Não por acaso, o segundo dia de trabalhos teve início com uma homenagem no túmulo de São João XXIII após a missa celebrada na Basílica de São Pedro pelo Cardeal Peter Turkson.

Para um balanço da Conferência sobre o desarmamento nuclear realizado no final de semana no Vaticano, a Rádio Vaticano – Secretaria para a Comunicação – ouviu o Arcebispo Silvano Maria Tomasi, membro do Dicastério promotor do evento:

Dom Silvano Maria Tomasi:  “Neste momento a opinião pública precisa ser despertada para as consequências desastrosas que o uso das bombas atômicas pode ter para a família humana e para a Criação. É importante ver se é factível fazer um diálogo juntos na direção de um mundo sem armas atômicas onde a segurança seja baseada não no medo de uma destruição recíproca, mas na confiança, e a possiblidade de trabalhar juntos pelo bem comum.”

RV: Impressionou este aspecto que o Papa destacou: “Basta armas nucleares, é tempo de desenvolvimento”...

Dom Silvano Maria Tomasi:  “Estamos no 50º aniversário da Populorum Progressio de Paulo  VI. A tradição da Doutrina social da Igreja reforça sempre mais a convicção de que o caminho para a paz é assegurar o desenvolvimento de todos os países, incluir na vida da sociedade e na qualidade de vida também os setores marginais e um pouco abandonados.

Se trabalharmos nessa direção alcançaremos a possibilidade de dispensar o uso e a posse de armas atômicas, porque a segurança seria baseada não na ameaça de uma destruição recíproca, mas na confiança e na boa vontade de construir um futuro melhor todos juntos.” 

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14 novembro 2017, 13:27