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Ordem de Malta, o Papa: depois das divisões, seja tempo de concórdia

Francisco envia uma mensagem ao capítulo geral da Ordem Hospitaleira, chamada a viver a fidelidade à nova carta constitucional: sua unidade dará credibilidade às grandes obras de misericórdia que vocês reservaram aos mais pobres durante séculos.

Alessandro De Carolis – Vatican News

Um renascimento incarnado no coração do Evangelho, amor pelos últimos, depois de uma fase de revisão não sem suas asperezas. A Ordem Soberana Militar de Malta se reúne, a partir desta quarta-feira (25/01), em Capítulo Geral Extraordinário com 111 membros chamados a eleger, sob a presidência do Tenente Grão-Mestre Fra' John Dunlap e do cardeal Silvano Maria Tomasi, delegado especial do Papa, o Grão Comandante, o Grão Chanceler e os demais cargos superiores, com base na nova Carta Constitucional e no novo Código Militense. Uma passagem culminante, à qual o Papa dedica uma longa mensagem que reflete sobre o passado recente e sobre o futuro que espera a missão da Ordem.

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Desafio à mentalidade mundana

As palavras do Papa são antes de tudo um longo agradecimento pelo trabalho "quase milenar" realizado nos campos humanitário, médico e social, e que hoje conta Lampedusa, "com migrantes que fugiram de seus países", Ucrânia e áreas vizinhas, "para aqueles que fogem da guerra", entre seus principais polos de atividade. "Para construir um mundo mais justo, não há outro caminho senão o do Evangelho", escreve o Papa, e de "grande mérito", reconhece ele, "é seu trabalho de consolar os aflitos, tanto em suas necessidades espirituais quanto materiais". Assim como cabe a vocês o desafio contra "a mentalidade mundana, egoísta e hoje consumista", a ser enfrentada "com sua exemplaridade de vida e suas obras de misericórdia".

Unidade na regra

Todo esse patrimônio de caridade precisa de uma coerência de vida com o Evangelho e com as regras da Ordem, porque "sem fé" essas mesmas obras, enfatiza Francisco, "seriam apenas filantropia". A coerência hoje, passa para todos os membros da Primeira, Segunda e Terceira Classes da Ordem, pela observação na prática pessoal e comunitária da nova Carta Constitucional e do Código Militense, "fruto de um longo caminho" interno, vivido "não sem contraposições", chegando assim às novas normas que agora poderão levar "a toda a Ordem uma renovação espiritual e de atividade na caridade, fortalecendo assim sua unidade", escreve o Papa.

Fortalecer a unidade

O tema da unidade, constitutivo dos Cavaleiros de Malta, é um ponto no qual o Papa insiste com um apelo direto à consciência de cada um. "Peço-lhes de coração", diz a mensagem, "que cheguem a um sincero perdão recíproco, à reconciliação, após momentos de tensão e dificuldades que vocês viveram no passado recente. Que a caridade do perdão seja o estilo de vida que os distingue". Um pouco mais adiante, oferecendo indicações sobre como conduzir a vida dentro das estruturas comunitárias, Francisco reitera o pensamento: "Fortaleçam firmemente sua unidade, caso contrário vocês não serão críveis em suas obras. Conflitos e contraposições prejudicam sua missão". A trajetória de vida de quem milita na Ordem de Malta deve ser a mesma de Jesus, que "reina na humildade de uma manjedoura e de uma cruz".

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25 janeiro 2023, 14:10