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Papa a peregrinos da Polônia: unir misericórdia e ecumenismo na Igreja

Francisco recebeu cerca de 2 mil peregrinos poloneses de Łódź no Vaticano e exortou à sinodalidade, inspirando-se no legado do primeiro bispo local, dom Wincenty Tymieniecki: "foi capaz de unir a coragem da misericórdia e do ecumenismo. Escolheu o caminho do ecumenismo muito antes que a Igreja Católica o empreendesse oficialmente", recordou o Papa.

Andressa Collet – Vatican News

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“Queridos irmãos e irmãs, dzień dobry!” Se arriscando com expressões na língua eslava e iniciando seu discurso com um afetuoso “bom dia” em polonês, o Papa saudou cerca de 2 mil peregrinos da Arquidiocese de Łódź, da região central da Polônia. O grupo foi recebido na manhã desta quinta-feira (28) na Sala Paulo VI, por ocasião das comemorações de 100 anos da diocese.

A peregrinação e a Igreja sinodal

Francisco começou agradecendo a iniciativa de encontrar o Pontífice, uma presença no Vaticano que “é um testemunho da fé e do amor pela Igreja e pelo Papa”, o mesmo objetivo de “comunhão, participação e missão” do Sínodo dos Bispos, que já está em andamento. Francisco, assim, descreveu a importância do evento, que está em fase diocesana, para “redescobrir a beleza da comunhão eclesial, do viver a fé juntos, do assumir responsabilidade recíproca uns pelos outros, do compartilhar com os outros a experiência de Deus, mesmo com aqueles que aparentemente estão distantes ou pensam de maneira diferente”.

A própria peregrinação, lembrou ele, “é uma bela imagem da Igreja sinodal”, já que desde a Polônia até Roma “uma família de irmãs e irmãos” de diferentes comunidades, inclusive representantes de outras Igrejas cristãs, resolveu caminhar unida. O Papa, assim, saudou várias pessoas e grupos presentes na Sala Paulo VI que retratam “uma oração comum” e “as relações contínuas e diárias” do ecumenismo: “a comunhão de vocês na diversidade é sinal de sinodalidade”, afirmou o Pontífice.

O legado de dom Tymieniecki

Em se tratando de ecumenismo e centenário da diocese, Francisco citou o primeiro bispo local, dom Wincenty Tymieniecki:

“Foi um homem de grande misericórdia e grande sensibilidade ecumênica. Através do seu ministério episcopal, o Espírito Santo inscreveu estes dois aspectos essenciais do cristianismo - misericórdia e ecumenismo - no ‘DNA’ da Igreja de vocês de Łódź, como legado e tarefa para as gerações vindouras.”

Misericórdia e ecumenismo

Uma misericórdia que, atualmente, recordou o Papa, “requer uma grande ‘imaginação’, uma grande criatividade”. Por isso, abençoou as mais diversas formas dela, desde quem abre a porta de casa e o coração para doentes, idosos, desempregados, sem teto, imigrantes, pobres, sofredores, marginalizados, até “às crianças que precisam de lar e família. É assim que a Igreja assume a face mais evangélica, aquela do Bom Samaritano, que não quer e não sabe ficar indiferente”, destacou o Pontífice, exortando todos a se inspirarem na ‘dupla coragem’ do bispo polonês:

“O bispo Tymieniecki foi capaz de unir a coragem da misericórdia e a coragem do ecumenismo. Ele escolheu o caminho do ecumenismo muito antes que a Igreja Católica o empreendesse oficialmente.”

E o Papa concluiu o discurso parabenizando novamente pelo centenário, desejando, porém, que todos façam do jubileu uma oportunidade para renovar a Igreja, “renovados e fortalecidos para a evangelização”:

“O ecumenismo na Igreja não é uma coisa opcional ou decorativa, mas uma atitude essencial. Eu encorajo vocês a caminharem juntos, na reflexão teológica e na evangelização, na oração comum e na escuta da Palavra de Deus, no testemunho da fraternidade. Nesse caminho vocês estão construindo a sociedade local, que orgulhosamente chamam de ‘comunidade das quatro culturas’.”

Dziękuję!, finalizou o Papa, com um "Obrigado", em polonês.

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28 abril 2022, 12:15