A polícia aumenta a segurança na Catedral de Pontianak, na ilha de Bornéu, após o atentado suicida em uma igreja em Makassar no Domingo de Ramos. (Foto de Andri Husen / AFP) A polícia aumenta a segurança na Catedral de Pontianak, na ilha de Bornéu, após o atentado suicida em uma igreja em Makassar no Domingo de Ramos. (Foto de Andri Husen / AFP) 

Indonésia: após atentados, líderes religiosos pedem serenidade e vigilância na Semana Santa

"Para os cristãos que irão celebrar a Páscoa, entrando na Semana Santa, aproxima-se o mistério mais importante da fé: Cristo que, morrendo na Cruz, ressuscitou gloriosamente. Podemos viver a Semana Santa permanecendo calmos, prudentes e sempre vigilantes", diz o católico Yohanes Bayu Samodro, diretor-geral da seção consultiva dedicada à comunidade católica do Ministério Indonésio para Assuntos Religiosos.

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“Os ataques suicidas contra igrejas já ocorreram várias vezes. É de se perguntar qual é o plano criminoso. Tais incidentes não acontecem sem o apoio financeiro ou a assistência de redes ou organizações. Creio que seja o tempo de as agências de segurança do Estado agirem com decisão para combater este tipo de atos terroristas”.

Foi o que afirmou à Agência Fides o bispo da Arquidiocese de Pontianak (Província de Kalimantan Ocidental), Dom Agustinus Agus, ao comentar o ataque contra a Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Makassar, enquanto a comunidade participava da celebração da Missa do Domingo de Ramos.

“Acredito que seja urgente uma ação para deter tais atos desumanos. Quando as pessoas perdem sua consciência moral e tiram a vida de outras pessoas por meio de atos de terror, isso significa que nossa humanidade foi obscurecida e degenera em brutalidade. É claro para qualquer um, que nenhum ensinamento religioso possa motivar a tirar a vida de outrem”, acrescenta o prelado. “Quero expressar minha gratidão à administração civil que está procurando resolver rapidamente este problema e assistir as vítimas”.

 

O secretário executivo da Comissão Inter-religiosa da Conferência Episcopal da Indonésia, Pe. Heri Wibowo, acrescentou à Fides, de que é preciso “multiplicar as iniciativas para promover atos e atitudes que combatam os atos de terror e promovam a paz e a tolerância entre os cidadãos indonésios. Este é um fator chave para conter a ideologia radical”.

Padre Heri, sacerdote diocesano da Arquidiocese de Jacarta e advogado de profissão, completa o pensamento, dizendo que “embora na sociedade sejam promovidas iniciativas de harmonia, contemporaneamente as agências de segurança do Estado devem adotar medidas rigorosas para desradicalizar os religiosos fundamentalistas que frequentemente divulgam discursos de ódio e incitação à violência contra outros grupos religiosos”.

“Além disso - acrescenta ele - mensagens claras e fortes dos principais líderes do Estado são importantes: o Estado tem a tarefa de levar à justiça os responsáveis ​​por seus atos nocivos, enquanto os líderes religiosos têm a tarefa de promover os valores de humanidade, tolerância e inclusão. Isto significa para nós promover a mensagem da Encíclica 'Fratelli tutti': cada homem é nosso irmão, apesar das várias diferenças. Este é o chamado a colocar em prática a nossa fé”, declara o sacerdote.

 

Já entre as autoridades civis, o católico Yohanes Bayu Samodro, diretor-geral da seção consultiva dedicada à comunidade católica (Catholic community guidance), do Ministério Indonésio para Assuntos Religiosos, declarou à Fides que “nenhum ensinamento religioso motiva seus seguidores a praticar o mal e executar violentos atos de terror. Há algo de errado na mente desses extremistas que mostram ódio pelos seus concidadãos. Somos chamados a garantir e defender a base da nossa convivência, a Pancasila, e a proteger os valores da humanidade em sociedade".

“A Indonésia - explica ele - não é uma nação baseada na lei religiosa, mas um país secular. Os líderes religiosos católicos devem manter a calma, sem entrar em pânico. Não é necessário cancelar todas as celebrações. Nunca se deve criar a oportunidade aos grupos terroristas para atingir seus objetivos: semear o pânico".

O Diretor reconhece que "para os cristãos que irão celebrar a Páscoa, entrando na Semana Santa, aproxima-se o mistério mais importante da fé: Cristo que, morrendo na Cruz, ressuscitou gloriosamente. Podemos viver a Semana Santa permanecendo calmos, prudentes e sempre vigilantes", recomenda ele.

Tranquilizando os fiéis, Yohanes Bayu Samodro conclui: “O Ministério dos Assuntos Religiosos está trabalhando, em coordenação com agências governamentais e forças da ordem, para garantir a proteção e a segurança dos locais de culto, tendo em vista a Páscoa e o Ramadã. Esses esforços devem ser apoiados por todos os cidadãos indonésios, mostrando uma atitude corajosa que dá o sentido de uma nação unida”.

Agência Fides / MR-PA

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31 março 2021, 13:47