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Papa Francisco saudando as enfermeiras durante sua visita ao Hospital Menino Jesus de Roma, em 2013 Papa Francisco saudando as enfermeiras durante sua visita ao Hospital Menino Jesus de Roma, em 2013 

O Papa destaca o "testemunho de coragem e sacrifício dos profissionais de saúde"

"Neste momento histórico, marcado pela emergência sanitária mundial provocada pela pandemia do vírus Covid-19, redescobrimos o papel de importância fundamental desempenhado pelo enfermeiro, como também pelo obstetra", escreve Francisco na mensagem para o Dia Internacional do Enfermeiro.

Cidade do Vaticano

Foi divulgada, nesta terça-feira (12/05), a mensagem do Papa Francisco para o Dia Internacional do Enfermeiro.

O Pontífice escreve a enfermeiros e obstetras “no contexto do Ano Internacional dos Profissionais da Enfermagem e Obstetrícia” celebrado em 2020, proclamado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O Papa recorda também “o bicentenário do nascimento de Florence Nightingale, que deu início à enfermagem moderna”.

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“Neste momento histórico, marcado pela emergência sanitária mundial provocada pela pandemia do vírus Covid-19, redescobrimos o papel de importância fundamental desempenhado pelo enfermeiro, como também pelo obstetra.

“Diariamente assistimos ao testemunho de coragem e sacrifício dos profissionais de saúde, nomeadamente enfermeiras e enfermeiros, que, com profissionalismo, abnegação, sentido de responsabilidade e amor ao próximo, prestam assistência às pessoas afetadas pelo vírus, com risco da própria saúde. Prova disso é o alto número de profissionais de saúde que, infelizmente, morreram no fiel cumprimento do seu serviço.”

Rezo por eles, o Senhor os conhece por nome um a um, e por todas as vítimas desta epidemia. O Senhor ressuscitado conceda a cada um a luz do Paraíso e, às suas famílias, o conforto da fé”, ressalta o Papa na mensagem.

Guardiões e servidores da vida

Francisco destaca que “os enfermeiros sempre tiveram um papel central na assistência sanitária. No contato diário com os doentes, fazem experiência do trauma que o sofrimento provoca na vida duma pessoa. São homens e mulheres que optaram por dizer «sim» a uma vocação específica: ser bons samaritanos que se ocupam da vida e das feridas do próximo. Guardiões e servidores da vida, ao mesmo tempo que ministram as terapias necessárias, infundem coragem, esperança e confiança”.

“Queridas enfermeiras, queridos enfermeiros, a responsabilidade moral guia o seu profissionalismo, que não se limita a conhecimentos técnico-científicos, mas é constantemente iluminada pela relação humana e humanizadora com o doente. «Ocupando de mulheres e homens, crianças e idosos, em cada fase da sua vida, do nascimento à morte, vocês estão comprometidos numa escuta contínua, destinada a compreender as exigências daquele doente, na fase que está atravessando. Com efeito, diante da singularidade de cada situação, nunca é suficiente seguir um protocolo, mas é exigido um contínuo, e cansativo!, esforço de discernimento e atenção a cada pessoa»”, frisa ainda o Papa.

Invistir no bem comum primário que é a saúde

Assim como os obstetras, os enfermeiros “estão junto da pessoa nos momentos cruciais da sua existência, o nascimento e a morte, a doença e a cura, para ajudá-la a superar as situações mais traumáticas. Às vezes vocês se encontram ao lado dela quando está para morrer, oferecendo-lhe conforto e alívio nos últimos momentos. Por esta sua dedicação, vocês estão entre «os santos da porta ao lado». São imagem daquela Igreja «hospital de campo» que dá continuidade à missão de Jesus Cristo: Ele aproximou-se e curou pessoas que sofriam de todo o gênero de males e ajoelhou-se para lavar os pés dos seus discípulos. Obrigado por este seu serviço à humanidade!”

A seguir, Francisco recorda que “em vários países, a pandemia fez vir à luz também muitas carências a nível de assistência sanitária”, e fez um “apelo aos Responsáveis das nações de todo o mundo para que invistam neste bem comum primário que é a saúde, reforçando as estruturas e empregando mais enfermeiros, para se garantir a todos um atendimento adequado, no respeito pela dignidade de cada pessoa. É importante reconhecer, com fatos, o papel essencial que desempenha esta profissão no cuidado dos pacientes, nas atividades territoriais de emergência, na prevenção das doenças, na promoção da saúde, na assistência aos setores familiar, comunitário e escolar”.

Os enfermeiros merecem ser melhor valorizados

“Os enfermeiros e as enfermeiras, bem como os obstetras, têm direito e merecem ser melhor valorizados e envolvidos nos processos que dizem respeito à saúde das pessoas e da comunidade”, ressalta o Papa, sublinhando que “está comprovado que investir neles melhora os resultados em termos de assistência e saúde geral."

“Portanto, é necessário elevar o seu perfil profissional, fornecendo instrumentos adequados para a sua formação a nível científico, humano, psicológico e espiritual, bem como melhorar as suas condições de trabalho e garantir os seus direitos, para que possam desempenhar com toda a dignidade o seu serviço.”

Segundo o Pontífice, “neste sentido, cabe uma função importante às Associações dos profissionais de saúde, que, além de oferecer uma formação orgânica, acompanham individualmente os respectivos aderentes, fazendo-os sentir-se parte de um único corpo e não os deixando jamais perdidos e sozinhos perante os desafios éticos, econômicos e humanos que a profissão comporta”.

Trabalho ao serviço da vida e da maternidade

O Papa dirige-se “de forma particular às obstetras, que prestam assistência às mulheres grávidas e as ajudam a dar à luz a seus filhos”, dizendo: “O seu trabalho está entre os mais nobres que existem, dedicado ao serviço da vida e da maternidade. Na Bíblia, quase no início do Livro do Êxodo, ficaram imortalizados os nomes de duas parteiras heroicas: Sefra e Fua. Também hoje o Pai celeste olha vocês com gratidão.”

Francisco conclui a mensagem, dizendo aos enfermeiros, enfermeiras e obstetras, “que esta ocorrência coloque no centro a dignidade do seu trabalho, em benefício da saúde de toda a sociedade”, e assegurando suas orações por eles, suas famílias e pelas pessoas assistidas por eles.

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12 maio 2020, 12:00